Em protesto contra a brutal violência policial nos Estados Unidos, o movimento Black Lives Matter (Vida de negros importam) conseguiu paralisar por duas horas, no último domingo, a linha férrea de onde partiam os trens para a final do campeonato de Super Bowl.
No protesto, realizado em Minneapolis, os manifestantes bloquearam a saída de trens – reservada somente aos portadores de ingressos da decisão do futebol americano -, levantaram vozes e cartazes em repúdio à atrocidade policial e condenaram os inúmeros abusos cometidos contra a população negra.
Para bloquear o acesso à linha verde do Metrô Transit, na estação West Bank, os manifestantes formaram uma corrente humana e, vestidos com camisetas pretas, se prenderam às grades, bloqueando a movimentação, que só voltou a fluir bem mais tarde. Como comprovam vídeos postados na internet, cerca de 20 jovens negros foram presos de forma arbitrária.
“Estamos usando esse momento para apoiar os atletas que protestaram durante as duas últimas temporadas de futebol e chamar a atenção para o assassinato de pessoas negras pela polícia”, afirma o comunicado dos organizadores, divulgado domingo à tarde.
Diante da força do movimento, a direção do Metrô precisou colocar ônibus para transportar os torcedores. Em outro protesto, cerca de 300 pessoas marcharam em direção ao portão do estádio, onde se ajoelharam. O ato homenageou e repetiu o gesto do jogador Colin Kaepernick, do San Francisco, que dobrou um joelho durante a execução do hino nacional durante um jogo, em 2016, como forma de repudiar as constantes agressões da polícia aos negros.