O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) condenou a política de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia do coronavírus, que resultou na morte de mais de 72 mil pessoas e 1.866.176 infectados no país até o momento.
O Comitê Central do partido, reunido por videoconferência na sexta-feira (10) e no sábado (11), aprovou uma resolução analisando que o “Brasil teria condições de enfrentar a pandemia de modo a impedir que ela ganhasse a proporção a que chegou” e que “dezenas de milhares das mortes pela Covid-19 poderiam ter sido evitadas”.
“Mas Bolsonaro negou, desde o início, a gravidade da doença, não traçou uma estratégia nacional para enfrentá-la, não aportou ao Sistema Único de Saúde (SUS) – que já sofria com corte orçamentário, desmonte de programas importantes, como o mais Médicos –, os recursos financeiros, humanos e os insumos hospitalares indispensáveis”, diz o texto.
O partido considera que é possível e urgente “salvar vidas”.
E para isso, para conter a transmissão do vírus, a direção nacional do partido avaliou como imperativo adotar medidas mais eficazes.
Neste sentido, foi aprovada uma emenda conjunta proposta pelos especialistas Dr. Eduardo Costa, epidemiologista e professor da Fiocruz; o farmacêutico Ronald Santos, ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde e coordenador da Comissão Nacional de Saúde do PCdoB, e o médico Roberto Bittencourt, membro do Comitê Central e Secretário de Organização do PCdoB/DF, pós-doutor em Saúde Pública e professor da Coordenação da Pós Graduação e Extensão da ESCS / FEPECS.
A proposta diz que:
“Diante da escalada de mortes, da falta de coesão entre as autoridades políticas e sanitárias, do quadro de incertezas, situação gerada pela irresponsabilidade do governo Bolsonaro, e da imperativa necessidade de salvar vidas, é preciso que se tenha presente, conforme sustentam respeitados pesquisadores da área, que o atual estágio da pandemia no nosso país exige, entre as medidas indispensáveis, romper a cadeia de transmissão do vírus. As iniciativas de suprimir a transmissão do vírus estão atestadas em inúmeros exemplos, dentro e fora do Brasil, especialmente nos países asiáticos”.
“São medidas exitosas para conter o atual quadro de contágio, como também de assegurar que novas ondas da pandemia possam ser controladas com segurança. Essas ações se resumem a lançar mão das tradicionais medidas de vigilância e inteligência epidemiológica, as quais têm como foco a busca ativa de novos casos, rastreio dos seus contactantes e isolamento dos casos positivos. No Brasil, essas ações podem ser desenvolvidas pelo que temos de mais forte e exitoso no SUS, que é a capilaridade das Unidades Básicas de Saúde, com suas equipes de saúde da família, devidamente orientadas por informações das regiões, bairros ou ruas, com índices maiores de reprodutibilidade do vírus”.