O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, autorizou a Polícia Federal a ter acesso à investigação interna feita pelo Facebook que resultou na exclusão de contas ligadas a Jair Bolsonaro.
Com a autorização, as informações obtidas pela rede social poderão ser usadas no inquérito que investiga a produção de fake news contra o STF e no que investiga a realização de manifestações pelo fechamento da Corte e do Congresso Nacional.
A apuração feita pelo Facebook, que também é dono do Instagram, identificou contas fraudulentas e que desrespeitavam a “política contra interferência estrangeira e comportamento inautêntico coordenado” ligadas ao PSL e ao gabinete de Jair Bolsonaro e de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro.
O assessor especial da Presidência, Tercio Arnaud Tomaz, foi identificado como um dos administradores das páginas de fake news.
Tomaz, que teve sua página no Facebook excluída, administrou as redes sociais de Jair Bolsonaro na eleição de 2018 e também trabalhou no gabinete do vereador no Rio de Janeiro e filho do presidente da República, Carlos Bolsonaro, no cargo de auxiliar de gabinete.
Ele era o administrador da página do Instagram @bolsonaronewsss. O e-mail terciotomaz@gmail.com era usado na página. A página tinha 492 mil seguidores e mais de 11 mil publicações antes de ser derrubada.
Foram excluídas 35 contas no Facebook, 38 contas no Instagram, 14 páginas e 1 grupo no Facebook. As páginas no Facebook eram seguidas por 883.000 e a do Instagram por 917.000. Foram investidos US$ 1.500, pago em reais, em publicidade nas redes sociais.
A investigação feita pelo Facebook também resultou em contas excluídas no Canadá, no Equador, na Ucrânia e nos Estados Unidos.
A atividade irregular “incluiu a criação de pessoas fictícias fingindo ser repórteres, publicação de conteúdo e gerenciamento de Páginas fingindo ser veículos de notícias. Os conteúdos publicados eram sobre notícias e eventos locais, incluindo política e eleições, memes políticos, críticas à oposição política, organizações de mídia e jornalistas, e mais recentemente sobre a pandemia do coronavírus”, informou o Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do Facebook.
A autorização de Moraes dá ao Facebook cinco dias para compartilhar as informações com a PF.
Esses arruaceiros mentirosos que criaram perfis falsos para atacar pessoas e instituições precisam serem processados e condenados pelos crimes que cometeram. A verdade acima de tudo para o povo se libertar.