O Ministério Público Federal pediu o afastamento do cargo do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten.
O pedido foi feito pelo subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Furtado, por descumprimento de uma decisão da Controladoria-Geral da União (CGU) e Wajngarten continuar mantendo em sigilo os gastos em publicidade online do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
O pedido de afastamento do chefe da Secom foi feito oralmente ao Tribunal de Contas da União (TCU) e será formalizado em um documento, segundo informa a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. O chefe da Secom, obviamente, negou a acusação.
Recentemente a Secom foi alvo de outra denúncia. Um relatório produzido a pedido da CPMI das Fake News, utilizando a Lei de Acesso à Informação (LAI), identificou que em 38 dias, entre junho e julho de 2019, a Secom fez propaganda da Reforma da Previdência em canais no Youtube e sites considerados inadequados.
Foram 2.065.479 anúncios distribuídos entre 47 sites que divulgam notícias falsas, 71 canais no Youtube que foram removidos pela rede social por não seguir as regras, 12 sites de notícias sobre jogos de azar, sete sites que oferecem investimentos ilegais e quatro com conteúdo pornográfico.
O próprio Wajngarten foi acusado de tráfico de influência, no início do ano, por favorecer empresas que contratavam a agência da qual é dono em contratos da Secom.
Fábio Wajngarten é dono da FW Comunicações. Desde que assumiu a chefia da Secom, começou a aumentar os valores dos contratos para campanha publicitária da Secretaria com as emissoras de televisão que mantêm contratos com a FW e que apoiam o governo Bolsonaro.
Na campanha publicitária da reforma da Previdência, a maior de 2019, a Secom diminuiu os valores dos contratos com a líder de audiência Globo para favorecer a Record, Band e SBT.
A Record e a Band mantêm contratos com a FW Comunicação. A SBT os teve até o primeiro semestre de 2019.
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