A ex-ministra Marina Silva, pré-candidata à presidência da República pela REDE, afirmou que o fim do foro privilegiado é um “imperativo ético”.
“Com certeza, com isso, não teríamos seis ministros escondidos no Executivo, o próprio presidente da República e cerca de 200 parlamentares investigados na Lava Jato”, observou.
“Os parlamentares que têm foro, se não fosse o autoinduto [refere-se à decisão do STF que colocou nas mãos do Congresso a decisão final sobre penalidades determinada pela Corte contra parlamentares] que lhes deram, estariam provavelmente nas mesmas condições que está o ex-presidente Lula”, avaliou.
Ela comentou a possibilidade da prisão de Lula, após ser condenado na segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, a 12 anos e 1 mês no caso do triplex de Guarujá, litoral de São Paulo . “A lei deve ser para todos”, reafirmou Marina em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”. “Não temos que ter uma lei para o Lula, para o Aécio, para o Jáder Barbalho ou para o Renan Calheiros”, disse.
“Não podemos ter dois pesos e duas medidas, essa é a minha posição. Você não pode ter a demanda por impunidade em função de quem está sendo julgado, nem a demanda por justiça, por vingança em função da pessoa que está sendo punida”, afirmou.
A ex-ministra e ex-senadora rebateu as críticas contra a Operação Lava Jato e as tentativas de enfraquecê-la. Ela advertiu que a operação está ameaçada “porque há uma aliança dos grandes partidos, das lideranças dos grandes partidos, porque todos estão envolvidos, em enfraquecer os trabalhos”.