A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) divulgou nesta quarta-feira (29) que encaminhou ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo que o órgão investigue a operação de venda da carteira de crédito do Banco do Brasil (BB) para o banco BTG Pactual. A carteira de crédito, avaliada em R$ 2,9 bilhões, foi entregue ao BTG Pactual, cujo um dos fundadores é o ministro da Economia, Paulo Guedes, por apenas R$ 371 milhões.
Guedes que já deixou explícito, mais de uma vez, sua proposta para o banco do povo brasileiro. “Tem que vender logo a porra do Banco do Brasil“, disse na reunião ministerial do dia 22 de abril, tornada pública por decisão do Supremo.
A ANABB pede no documento que o órgão averigue a legalidade dos negócios efetuados entre BB e BTG Pactual, por meio de auditoria sobre eventuais prejuízos causados aos acionistas.
“A ANABB entidade independente, mantida pelos seus sócios, representa uma comunidade de quase 90 mil associados e é também acionista minoritária do BB”. “Vem, respeitosamente, solicitar ao Tribunal de Contas da União que possa se debruçar sobre a legalidade dos negócios efetuados e possa verificar por meio de auditoria – ou outros mecanismos pertinentes – eventuais prejuízos aos acionistas”, solicitou o presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto, no ofício endereçado ao Tribunal de Contas.
A entidade também pediu ao TCU que seja avaliado se de fato houve ampla concorrência no processo de venda. O leilão é uma modalidade que permite ao BB ceder parte de seus ativos sem questionamentos a respeito de eventuais direcionamentos – até porque a empresa que adquiriu os créditos [BTG Pactual] tem vínculos históricos com o Ministro da Economia. Por que este caminho mais adequado não foi obedecido?”, questionou Fujimoto no documento.
Desde que a venda foi anunciada no início de julho pelo Banco do Brasil, a operação vem sendo criticada por partidos políticos, parlamentares e sindicatos, que denunciam falta de transparência sobre eventual licitação realizada e que o valor pago na operação foi barato demais.
A negociata foi denunciada na sexta-feira (24) pelo ex-governador Ciro Gomes (PDT). “Ninguém sabe por que foi Pactual, nem por que o preço foi este”, disse Ciro. “Estão roubando de braçada. É um negócio absolutamente escandaloso”, completou.
O negócio foi feito ainda sob a gestão do presidente Rubem Novaes, notório defensor da privatização do Banco do Brasil, que oficializou sua renúncia do cargo ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na sexta-feira (24). Os questionamentos que foram levantados sobre a legalidade na operação de venda da carteira de crédito do BB têm sido indicados como uma das motivações para a saída de Novaes do cargo.
Na terça (28), o subprocurador-geral do Ministério Público do Tribunal de Contas (TCU), Lucas Rocha Furtado, requereu junto ao TCU a apuração das irregularidades na venda, pelo Banco do Brasil ao banco BTG Pactual. No pedido Rocha Furtado disse ser necessário averiguar se a transação não acarretou prejuízos ao BB e se não “atentou contra os princípios da finalidade e moralidade pública”.
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Parabenizo a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil !