O número de incêndios cresce no Pantanal e já atinge 1,250 milhão de hectares, informou o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
A área, que equivale a oito cidades de São Paulo, é quatro vezes maior do que a atingida no ano passado, que foi de cerca de 300 mil hectares.
As queimadas no Pantanal têm crescido desde o começo do governo Bolsonaro. Em 2018, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou 1.691 focos de incêndio. Em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, foram 10.025 focos, um crescimento de 492%.
Até julho, os focos de incêndio no Pantanal em 2020 já são os maiores desde 1998, quando o Inpe começou a registrá-los. Somente em julho foram 1.684, o maior já registrado.
De acordo com o corpo de bombeiros, foram incendiados mais de 820 mil hectares no Mato Grosso do Sul e mais de 350 mil no Mato Grosso. Os incêndios estão acontecendo tanto por criminosos como por causa das condições climáticas.
A inação do governo Bolsonaro em proteger o meio ambiente e o desmonte do setor de proteção e fiscalização agravam a situação no Pantanal.
“Segundo os dados de série histórica de focos de calor que o Inpe disponibiliza, desde 1998, nós nunca tivemos essa situação nos sete primeiros meses do ano. O que a gente está vendo agora é algo histórico em termos de impacto no bioma”, disse Vinícius Freitas Silgueiro, engenheiro florestal e coordenador de inteligência territorial do Instituto Centro de Vida (ICV), que monitora o Pantanal em Mato Grosso.
Pelo Twitter, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) lançou um apelo: “O Brasil precisa salvar o Pantanal!!”. “Apoiamos a iniciativa da senadora @SimoneTebetms para incluir esse importante patrimônio ambiental brasileiro no Conselho Nacional da Amazônia Legal. Assim, o Pantanal ganhará políticas específicas e mais efetivas de preservação e proteção”, escreveu.
O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados e coordenador da Frente Ambientalista do Congresso, denunciou que “o governo desmontou todas as estruturas de fiscalização” do meio ambiente e afirmou que “o mundo não aceita mais danos ambientais”.
“O Brasil, literalmente, está passando a boiada”, disse. “Precisamos de planejamento territorial e de políticas públicas mais eficazes. Não há solução mágica”.