O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) classificou o fato do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ter entregue um dossiê fascista com informações sobre quase mil brasileiros para a embaixada dos EUA como “gravíssimo!”;
“Eduardo é um traidor do Brasil, informante dos EUA. Deve explicações. Isso pode dar cassação”, avaliou o deputado.
O deputado federal bolsonarista Douglas Garcia (PTB-SP) disse à Justiça que o também deputado Eduardo Bolsonaro entregou o dossiê fascista sobre a vida de quase mil pessoas ativistas pela democracia à embaixada dos Estados Unidos.
Em suas redes sociais, Douglas Garcia pedia que seus seguidores enviassem informações sobre os “antifascistas”, para que ele organizasse um documento. O “dossiê”, que começou a circular em junho, reúne dados e fotos de quase mil pessoas.
Para a Justiça, sua defesa afirmou que ele “nunca fez nenhum protocolo na Procuradoria-Geral da República. E o protocolo junto à Embaixada dos Estados Unidos foi feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, motivo pelo qual não possui comprovantes, devendo ser oficiado seu gabinete para que encaminhe”.
Douglas Garcia ainda ironizou falando que os listados não poderiam viajar para a Disney, nos Estados Unidos.
Segundo o apoiador de Jair Bolsonaro, “os grupos subversivos e violentos ‘antifas’ atuam em diversos países e, em todos eles, seguem o mesmo modus operandi, que consiste no uso de violência e outros crimes para intimidar, calar e eliminar fisicamente grupos ou indivíduos não alinhados à sua visão política”.
CONDENAÇÃO
Douglas Garcia foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar R$ 20 mil de indenização à uma mulher que aparecia no documento. Para o juiz Guilherme Ferreira da Cruz, “a elaboração de dossiês não se relaciona com o exercício normal e regular do mandato legislativo, cujo titular deve se mostrar à sociedade prudente e equilibrado”.
Garcia “catalisou e sistematizou, naquilo por ele mesmo chamado de dossiê, uma lista com 700 a 1.000 nomes de pessoas (fotograficamente identificadas) suspeitas de integrarem o tal grupo ANTIFAS”, apontou o juiz.