“Não há nenhum governador que tenha chamado o coronavírus de ‘gripezinha’”
O governador do Maranhão, Flávio Dino, afirmou no domingo (16), em entrevista para o Broadcast Político do Estadão, que só o fato de Bolsonaro “transferir responsabilidades já é um sinal de irresponsabilidade”.
Assista a entrevista
“Não há nenhum governador que tenha chamado o coronavírus de ‘gripezinha’. Não há nenhum governador que tenha promovido marchas irresponsáveis. Não há nenhum governador que tenha, abertamente, estimulado o descumprimento de normas sanitárias”, acrescentou o governador.
“Ninguém no mundo conseguiu fazer milagre; mas, o que distingue os governantes, no planeta e no Brasil, é a atitude que tomou diante do problema. O Bolsonaro tentou minimizá-lo, escondê-lo debaixo do tapete, não cuidou dele e passou, depois, até a debochar de esforços sérios, sintonizados com os padrões sanitários mundiais para debelar essa gravíssima crise”, afirmou Dino.
O governador destacou ainda que “quando isso for apurado lá adiante pelo jornalismo, pela imprensa, pela sociedade, pelos historiadores, vai ficar claro que lamentavelmente a negligência do presidente da República teve um papel proeminente para que não tenhamos conseguido conter [a disseminação do vírus], no momento certo”.
“Em março e abril os governadores, unidos, diziam uma coisa e o presidente dizia outra! Isso só aconteceu no Brasil!”, apontou Flávio Dino. “Começou a acontecer nos EUA e o Trump foi obrigado a recuar. Bolsonaro ficou sozinho no mundo. E isso, obviamente, fez com que os esforços se perdessem. Ele impediu o trabalho de sua própria equipe de saúde. É um governo que se auto-sabota, estamos vendo isso na economia e vimos antes na saúde. E tudo isso cobrou um preço: desabastecimento de insumos, de equipamento e dificuldades na montagem de estratégias que permanecem até hoje”, destacou.
O governador concluiu dizendo: “não faço um discurso de ‘Tribunal do Júri’ – acho fora de hora. Mas, tenho a convicção de que essa demarcação de posturas sérias, adotadas por um conjunto de gestores estaduais e municipais, e uma postura realmente lamentável adotada por parte do presidente da República”.
Fonte: Estadão