O ex-deputado estadual Sálvio Dino, 88 anos, pai do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), faleceu, nesta segunda-feira (24), em decorrência da Covid-19. Sálvio estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Carlos Macieira, em São Luís.
Em suas redes sociais, Flávio Dino confirmou o falecimento de seu pai e publicou uma homenagem.
“Meu pai teve uma longa vida, com muitas lutas. Seu mandato de deputado estadual foi cassado e ele foi preso arbitrariamente pela ditadura militar em 1964, ‘acusado’ de ser comunista. Nos últimos dias deu a derradeira lição: profundo amor pela vida. Lutou com humildade e coragem”.
“Meu pai tinha muita fé em Deus . A primeira vez que o vi discursar foi em uma reunião no Seminário Santo Antônio, nos anos 70. Eu era bem criança. No nosso último encontro, falamos sobre política, futebol e poesia. Ele agora está no Reino”, continuou.
“Na quinta-feira, eu e meu pai recitamos juntos Gonçalves Dias. Hoje ele morreu, aos 88 anos, vítima de coronavírus”.
“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar”.
Sálvio Dino foi eleito vereador de São Luís em 1954 e deputado estadual em 1962, mas teve seu mandato cassado em 1964 pelo golpe contra democracia, acusado de atividades subversivas. Dez anos depois, em 1974, voltou à Assembleia Legislativa do Maranhão.
Foi prefeito de João Lisboa em dois mandatos, em 1988 e 1996.
O pai de Flávio Dino também dedicou sua vida à escrita, tendo publicado 13 livros. O último deles foi “A Coluna Prestes e Exilar-se – passagem pelo sul-maranhense”, de 2016, que relata a passagem de Luís Carlos Prestes, líder da Coluna Prestes, pelo Maranhão em 1925.
Em 1999, Sálvio virou membro da Academia Maranhense de Letras.