Desabou neste domingo (18) um pedaço do teto do salão de embarque do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. Os passageiros ficaram apavorados quando os pedaços do forro e de madeiras começaram a cair em suas cabeças, ferindo um funcionário que foi encaminhado ao Hospital de Base.
O episódio não foi o primeiro no aeroporto de Brasília. No fim do mês passado uma televisão que estava instalada em cima do balcão de atendimento de um restaurante, se desprendeu da parede e provocou o desabamento de parte do teto. O incidente ocorreu na área de embarque internacional.
A Inframerica, que adquiriu o terminal, explicou que o desastre foi causado pelo entupimento de uma calha que deveria escoar a água da chuva. O local onde o teto cedeu fica em frente ao portão 17, no píer sul. A área é restrita, com acesso permitido apenas para passageiros que vão embarcar em aviões e também para funcionários.
Desabou junto com o teto a crença difundida pelos interessados de que as privatizações dos aeroportos seriam um “espetáculo”. Diziam que a Infraero era ineficiente. Que o Brasil não tinha condições de cuidar de seus aeroportos. Ao contrário de tudo isso, a Infraero era uma empresa de excelência, premiada por sua eficiência. Mas o governo privatista embarcou na campanha de difamação da estatal para justificar a entrega dos aeroportos.
A aeroporto de Brasília foi privatizado ainda no governo Dilma e foi adquirido pelo consórcio Inframérica Aeroportos, liderado pela Infravix Participações (do grupo Engevix), empresa envolvida nos escândalos de propinas investigadas pela Lava Jato.
Apesar das facilidades oferecidas pelo governo, até hoje os consórcios não cumpriram suas obrigações de fazerem investimentos. Vários deles pediram ampliação nos prazos. Em Viracopos, por exemplo, o consórcio que ganhou o leilão não só não investiu, como já desistiu e devolveu o aeroporto. E é bom lembrar que eles divulgavam que Viracopos era o melhor exemplo de sucesso na privatização.
Seguidas pesquisas de opinião revelaram que as “maravilhas” alardeadas em relação às privatizações não passavam de pura propaganda. Os usuários não viram melhoras nenhuma depois dos leilões. Diziam que o que mudou mesmo, e bastante, foram os preços cobrados pelos serviços. Depois começaram a cair tetos, etc.
A demagogia sobre privatizações era tanta que, ao comentar, na época, os leilões dos três aeroportos – Guarulhos (SP), Viracopos, em Campinas (SP), e Juscelino Kubitschek -, durante cerimônia em Brasília, a presidente Dilma Rousseff disse: “No governo é assim: termina uma etapa e começa outra. Agora é fazer com que isso funcione, ou seja, administração eficiente dos três aeroportos”.
A Engevix informa, em nota à redação do HP, que vendeu sua parte acionária no Consórcio para a Corporación América no ano de 2015.