Jair Bolsonaro foi chamado de “traidor” por militares da reserva durante formatura de sargentos da Marinha no Rio de Janeiro, na quinta-feira (10), por conta da reforma da Previdência, que aumentou a contribuição dos militares de baixa graduação.
Enquanto discursava “nessa terra maravilhosa chamada Rio de Janeiro” e chamava os militares de “verdadeiros guardiões da democracia” Bolsonaro foi interrompido por gritos de “traidor”.
Na porta do evento, cerca de 30 pessoas se manifestavam contra a reforma da Previdência dos militares (lei 13.954/19), que entrou em vigência no começo do ano. O grupo era formado por militares reformados das Forças Armadas e pensionistas.
Segundo Zacarias Vieira, que foi ouvido pelo Estadão, “as pensionistas, que não pagavam, são tributadas agora em 10,5%, e vai aumentar mais 1% no próximo ano”.
“Nós [da reserva] pagávamos 7,5% e passamos a pagar 10,5%. E os generais tiveram um acréscimo de salário de quase 60%”, disse.
Cibele Lima afirmou que “estão nos fazendo de trouxa”.
“Sou mãe de militar, esposa de militar, uma vida inteira… Nós não temos nem hospital. As pessoas pensam que a gente tem uma vida econômica boa. Quem tem vida econômica boa são os generais que tiveram quase 100% de aumento, escalonado”, relatou.
“Esse homem ficou às custas das tropas por 27 anos. Quando ele queria vir fazer política dentro dos quartéis, eles proibiam. Quem segurava eram os graduados. E agora ele vira as costas. Essa lei sangra. Foi uma punhalada que a gente levou pelas costas”.
O grupo disse que está sendo organizada uma manifestação contra a reforma da Previdência para os dias 20, 21 e 22 de outubro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília