Ela usava sua “varinha mágica” para garantir que a mesma empresa ganhasse sempre as concorrências no estado
A defesa da ex-deputada federal Cristiane Brasil, presa por corrupção e acusada por participar de organização criminosa na sexta-feira (11), encaminhou pedido de prisão domiciliar à Justiça.
Filha do ex-deputado Roberto Jefferson, também condenado por corrupção, e chamada de “fada madrinha” pela juíza Ana Helena Mota Lima Valle, da 26ª Vara Criminal do Rio, a ex-deputada pretendia disputar a Prefeitura do Rio.
Cristiane Brasil usava seus poderes de ‘fada madrinha’ para uma empresa vencedora das licitações direcionadas. Ela foi presa junto com o Secretário de Educação do Rio, Pedro Fernandes. O secretário era tratado como ‘chefe’ por outros integrantes do esquema investigado.
Cristiane foi impedida pela Justiça de assumir o Ministério do Trabalho no governo Temer por ter sido condenada numa ação trabalhista. Na época ela apareceu num barco rodeada de homens sarados que disseram que iam defender a doutora contra seus “detratores”. A foto acabou de enterrar suas pretensões.
Luiz Gustavo da Cunha, advogado da ex-deputada, disse que a petição para a prisão domiciliar foi enviada à Justiça na sexta-feira, contudo a juíza responsável pela análise garantiu que só avaliaria o pedido na segunda-feira (14), em reunião com a promotoria, às 13h.
A defesa argumentou que a detenção da ex-deputada era um exagero e pediu que a prisão preventiva fosse convertida para prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. Cristiane Brasil está presa em Niterói.
Segundo o Ministério Público do Rio, Cristiane Brasil integra o núcleo político composto ainda pelo secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes; Sergio Fernandes, ex-presidente da Fundação Leão XIII; e João Mattos, ex-administrador financeiro da instituição, todos presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, com exceção do secretário, que está com Covid-19 e permanece em casa. A quadrilha teria desviado cerca de R$ 30 milhões de cofres públicos.
O pai de Cristiane Brasil, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), mais novo integrante das milícias bolsonaristas, reclamou da prisão da filha e disse que isso era “coisa de vagabundos”.
Jefferson passou um bom tempo na prisão, condenado por corrupção. Ele acabou sendo solto porque estaria com problemas de saúde e deu a entender, na época, que estava em fase terminal de um câncer.
Sua atuação na atualidade desmente a avaliação feita inicialmente sobre seu estado de saúde. Era mais um fake dos que acompanham o ex-deputado.