Diante da reação contra a retirada de recursos das emendas, que vão para saúde e educação, Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, outro investigado pela Operação Lava Jato, defende que o fundo eleitoral seja abastecido com 30%, e não 50% dos valores previstos para as emendas impositivas de bancada, que é a proposta de Romero Jucá (PMDB-RR). Com a proposta de Eunício, o valor cairia para um terço e ficaria em R$ 1,32 bilhão.
Eunício insiste na criação do Fundão para eleger corruptos
Os parlamentares investigados pela Lava Jato tentam de tudo para permanecer com seus mandatos. Sem a reeleição, eles sabem que cairão nas garras da justiça de Curitiba. Para isso, criaram o “distritão”, que enfraquece os partidos e favorece quem já tem mandato, mas não deu certo. Inventaram o “fundão”, do Vicente Cândido (PT-SP), que substituía propina por dinheiro público. Repudiados pela opinião pública, recuaram. Mas, não desistiram. Continuam manobrando para substituir propina por dinheiro do contribuinte.
Agora a trama está no senado. O pré-presidiário Romero Jucá (PMDB-RR), quer destinar, no mínimo, 50% dos recursos das emendas parlamentares de bancada, da Lei Orçamentária Anual, para o tal fundo, que passaria a financiar as campanhas. Diante da reação contra a retirada de recursos das emendas, que vão para saúde e educação, Eunício Oliveira (PMDB-CE), outro investigado, defende que o fundo eleitoral – que abastecerá com quase 80% de seu valor os três partidos que mais roubaram, PMDB, PT e PSDB – seja abastecido com 30%, e não 50% dos valores previstos para as chamadas emendas impositivas de bancada.
Vicente Cândido tinha definido que o fundo receberia cerca de R$ 3,6 bilhões. Rejeitada a ideia do petista, eles inventaram esta outra fórmula que, recebendo 50% das emendas parlamentares, garantiria o mesmo valor do “fundão” do Cândido. Não passou. O dinheiro sairia dos R$ 4,4 bilhões previstos no orçamento para as emendas dos parlamentares. Ou seja, R$ 2,2 bilhões viriam só dessas emendas. Com a proposta de Eunício, o valor oriundo das emendas cairia para um terço e ficaria em R$ 1,32 bilhão.
Sem as propinas e sem uma definição sobre o fundo, os investigados da Lava Jato intensificam os conchavos. Eles já conseguiram emplacar a cláusula de barreira – que dificulta a renovação da vida política brasileira – e tentam agora, desesperadamente, chegar a um acordo sobre o fundão antes do final do prazo, que é no inicio de outubro, para poder valer já para as próximas eleições. Os ladrões vão para o tudo ou nada para se manter no cargo a todo custo e fugir do juiz Sérgio Moro.