No trimestre encerrado em julho
A economia brasileira registrou alta de 2,4% em julho na comparação com o mês de junho, no entanto, em relação ao mesmo mês de 2019, o resultado foi uma queda de 6,1%. No trimestre encerrado em julho, na comparação com os meses anteriores, a queda foi de 4%, e em relação ao mesmo período do ano passado o PIB recuou 8,9%.
“Para qualquer tópico que se olhe no monitor, você pode ver taxas negativas”, disse Claudio Considera, coordenador do Monitor FGV, indicador que calcula o PIB do Brasil pela Fundação Getúlio Vargas, divulgado na quarta-feira (16). O índice oficial é calculado pelo IBGE.
Com o retorno das atividades econômicas, encerradas durante o auge da pandemia da Covid-19, a economia ganhou algum fôlego, mas está bem distante da recuperação em “V”, como vem dizendo o ministro da Economia, Paulo Guedes. O desemprego continua crescendo e a renda caindo para milhões de brasileiro que agora viram o auxílio emergencial cair à metade. O auxílio foi apontado como decisivo para impedir uma queda ainda maior no PIB registrado pelo IBGE no segundo trimestre. Por outro lado, a proposta de Bolsonaro&Guedes é investimento zero, mais imposto e mais arrocho nos salários.
Segundo Considera, o país “segue com cenário de alta incerteza e com o nível de atividade em patamar ainda muito baixo e se recuperando muito lentamente”.
No trimestre em encerrado em julho, na comparação com o mesmo período do ano anterior, a única categoria a apresentar taxa positiva foi o de produtos não duráveis (3,5%). O consumo de produtos semiduráveis foi o que apresentou maior retração (-24,3%). O consumo de produtos duráveis apresentou retração de 2,6% e o consumo de serviços apresentou queda de 11,4%.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mostra como os investimentos em ativos fixos aumentam a capacidade produtiva de uma economia, retraiu 7,8% no trimestre móvel findo em julho, em comparação ao mesmo trimestre de 2019. A retração mais expressiva foi a de máquinas e equipamentos (-18,1%), que explica majoritariamente a retração deste componente.
O Produto Interno Bruto registrou uma queda recorde de 9,7%, no segundo trimestre de 2020, depois de cair 2,5% no primeiro trimestre, ambos na comparação com trimestre anterior. Na terça-feira, o governo Bolsonaro manteve a previsão de queda de 4,7% para o PIB de 2020.
Para o Banco Central, de acordo com o Boletim Focus, a queda será de 5,11%, Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo ainda maior: 9,1% em 2020.