Cristiane Brasil responde por atos praticados entre maio de 2013 e maio de 2017, quando assumiu secretarias municipais nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), desembargador Cláudio de Mello Tavares, indeferiu, na manhã deste domingo (20), o pedido de relaxamento de prisão feito pela defesa de Cristiane Brasil (PTB), filha do ex-deputado Roberto Jefferson, também condenado por corrupção, e candidata à Prefeitura do Rio.
Ela responde por atos praticados entre maio de 2013 e maio de 2017, quando assumiu secretarias municipais nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella. Roberto Jefferson é o novo integrante da tropa bolsonarista.
Segundo o Ministério Público do Rio, Cristiane Brasil integra o núcleo político composto ainda pelo secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes; Sergio Fernandes, ex-presidente da Fundação Leão XIII; e João Mattos, ex-administrador financeiro da instituição, todos presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, com exceção do Secretario que está com Covid-19.A quadrilha teria desviado cerca de R$ 30 milhões de cofres públicos.
Para decidir pela manutenção da prisão preventiva de Cristiane Brasil, o desembargador afirmou que “apura-se que há robusto panorama probatório superficial de que a paciente exerceu pressão política para auferir rendimentos dos contratos cartelizados, e, valeu-se da sua condição de detentora de cargo de secretariado de município e deputada federal para garantir o sucesso da empreitada criminosa.”
Os investigadores dizem ter encontrado várias irregularidades em contratos assinados pela secretaria municipal de Envelhecimento e pela secretaria de Proteção à Pessoa com Deficiência, que foram comandadas por Cristiane Brasil. A denúncia do MP afirma que, entre maio de 2013 e maio de 2017, o grupo atuou nas duas secretarias, praticando fraudes e atos de corrupção referentes à contratação da empresa Servlog Rio, de Flávio Chadud e Marcelle Chadud. Os dois foram presos.
A denúncia afirma que, quando Cristiane Brasil passou a exercer o mandato de deputada federal, continuou controlando e tendo ingerência no projeto Qualimóvel, influindo para que o contrato fosse sucessivamente prorrogado por meio de termos aditivos. Os promotores dizem que o núcleo empresarial do grupo criminoso era responsável por várias pessoas jurídicas que procuravam cobrir preços em licitações, dando aparência de competitividade para visar o direcionamento de contratos para a Servlog Rio e para a Rio Mix 10.