A Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) organizou nesta terça-feira, 20, em conjunto com o senador Paulo Paim, uma sessão de Homenagem aos Aposentados e comemoraram o “enterro” da reforma da Previdência.
“Há tempos pregamos sobre a união e foi a nossa mobilização unida que barrou a reforma da Previdência. Agora, temos que permanecer unidos para votar em representantes que defendam a Previdência e os nossos direitos”, declarou o presidente da COBAP, Warley Martins.
Com a derrota do governo, a Previdência se mantém da forma atual. As lideranças presentes celebraram a conquista, mas sem esquecer que haverá eleição este ano e é preciso continuar na defesa da Previdência pública. O projeto da reforma de Temer estava em discussão desde o final de 2016 e, depois de diversas alterações para tentar angariar votos dos deputados, o governo reconheceu finalmente que não teria condições de aprová-lo. Para mascarar a derrota, deu crédito à intervenção militar que ocorre no Rio de Janeiro – a qual caracteriza estado de sítio, ficando proibidas quaisquer emendas à Constituição, como era o caso da reforma.
Warley também comentou que, embora tenhamos obtido essa vitória, não é hora para descanso: “Estamos contentes porque conseguimos uma grande vitória. Mas a guerra ainda não acabou. Haverá novas eleições e temos que garantir que o próximo presidente não venha também com a idéia de colocar essa reforma para votar, além do que há muito ainda que fazer. Eu fui entrevistado e me perguntaram por que eu defendia os funcionários públicos, que ganham o dobro da gente, às vezes mais. Pois eu disse: Os funcionários públicos não ganham muito não. É a gente que ganham muito pouco”, contou Warley, arrancando aplausos do público presente, que contou com uma delegação de agentes penitenciários que acompanharam a solenidade.
O deputado federal Arnaldo Faria de Sá, que há tempos tem como forte bandeira a defesa dos aposentados, usou a tribuna para elogiar a firmeza com que os aposentados reagiram aos ataques sofridos, e pontuou que ficarão alerta para futuras tentativas. Ele disse que se retomarem a pauta da reforma, “nós vamos fazer aquilo que a categoria da polícia penal fez lá na Câmara, no dia da Comissão. Vamos invadir o Congresso e dizer “não a essa reforma”.
Durante a solenidade o presidente da Anfip, Floriano Martins de Sá Neto, denunciou ainda a cúpula do governo, que segue uma política neoliberal na tentativa de agradar aos bancos: “O Compromisso dessa gente é muito forte. Eles têm compromisso com o setor financeiro. Os bancos já são donos de quase tudo que nós usamos e agora eles queriam se apropriar da última coisa que faltava, que é a previdência social”, afirmou.
Parlamentares e lideranças de diferentes entidades, como o Mosap (Movimento dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas), Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho), Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras), Febrafite (Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais), dentre outras, também estiveram no ato para comemorar o enterro da reforma e defenderam que a mobilização unificada permaneça.
A Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) emitiu também uma nota de comemoração ressaltando que “derrubar o desmonte da previdência Pública não foi simples. Foi uma luta digna de patriotas e abnegados que não se curvaram perante nenhuma dificuldade e se agigantaram frente à injustiça e as agressões dos ‘vampiros de plantão’”.
A entidade comemorou a garra dos aposentados, que não deixaram o povo cair nas mentiras do governo, mas foram à luta e “mostraram para a sociedade brasileira que nosso povo tem sangue verde e amarelo correndo nas veias e que as brasileiras e brasileiros não se renderão nunca e estarão sempre prontos a defender nosso país e nosso povo de todo e qualquer desgoverno espúrio e corrupto”, afirma a nota.