Nesta segunda-feira (28), os treze candidatos à Prefeitura Municipal de Porto Alegre participaram do primeiro debate das eleições 2020. O evento promovido pela Rádio Gaúcha foi realizado em formato drive-in, com os postulantes ao cargo permanecendo o tempo todo dentro de carros, perfilados ao longo de dois espaços cobertos no estacionamento do Grupo RBS.
Participaram do debate: Fernanda Melchionna (PSOL), Gustavo Paim (PP), João Derly (Republicanos), José Fortunati (PTB), Juliana Brizola (PDT), Júlio Flores (PSTU), Luiz Delvair (PCO), Manuela D’Ávila (PCdoB), Montserrat Martins (PV), Nelson Marchezan (PSDB), Rodrigo Maroni (PROS), Sebastião Melo (MDB) e Valter Nagelstein (PSD).
Neste primeiro debate da campanha à prefeitura de Porto Alegre, o atual prefeito Nelson Marchezan (PSDB) se tornou o alvo principal da maioria dos postulantes ao Paço Municipal. Candidato à reeleição, o tucano foi amplamente criticado pelos adversários.
Sentados no banco do carona e acompanhados por um assessor, os políticos se enfrentaram por pouco mais de duas horas. Na mediação do debate, o jornalista Daniel Scola circulava entre os veículos, conduzindo os temas e passando a palavra a cada um.
No primeiro bloco, quando todos tiveram de responder a perguntas dos ouvintes sobre temas da Capital, como abastecimento de água, transporte público, alagamentos, saúde e segurança, o tucano foi atacado já na primeira intervenção.
“Infelizmente, o prefeito Nelson Marchezan desmontou o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae)”, acusou Melchionna, citando a falta de água constante na cidade.
Já no segundo bloco, com os candidatos perguntando entre si, o ambiente se tornou mais hostil. O ex-prefeito Fortunati escolheu questionar Melchionna para atingir Marchezan, perguntando sobre a perda de um empréstimo internacional contraído durante sua gestão, de R$ 400 milhões, para investimentos em educação.
Alvo de pedido de impeachment na Câmara, Marchezan foi perguntado sobre o uso de R$ 3 milhões da verba de saúde em publicidade, principal motivo do processo. Os investimentos no setor também foram questionados por Monserrat.
PÓS-PANDEMIA
Embora realizado durante uma situação de emergência sanitária que se estende há seis meses, o debate teve poucas projeções para o cenário pós-pandemia na capital gaúcha.
A primeira a falar dos desafios para o próximo ano, Manuela D’Ávila citou como prioridade a assinatura de convênio para obtenção de vacina contra a Covid-19, a recuperação do ano letivo nas escolas municipais e a criação de programas de geração de emprego e renda.
A candidata que está em primeiro lugar nas pesquisas de intenções de voto, afirmou que ela e sua equipe trabalharão “para que homens e mulheres tenham renda, emprego”. “Não temos tempo para os que trabalham apenas no ano da eleição”, disse Manuela.
Segundo a candidata, “Porto Alegre está repleta de crianças nas sinaleiras, índices de desemprego… não temos tempo para os que trabalham apenas no ano da eleição”.
“É possível ter uma prefeitura que diga ‘vem comigo’ e não ‘te vira’. Não é preciso escolher entre dois passados. Aquele passado das obras atrasadas ou esse de abandono da cidade”, disse. “A violência política dos adversários já começou. Ataques, baixarias… Mas estamos fortes e unidos”, acrescentou.