Wesley Batista, um dos donos da J&F, deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em São Paulo na madrugada da quarta-feira (21). Ele e o irmão Joesley tiveram a prisão preventiva substituída por medidas cautelares, por decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Joesley, porém, segue preso porque existe um segundo mandado de prisão contra ele.
A decisão, por 3 votos a 2, foi tomada no âmbito do processo em que os irmãos são réus, acusados de ganhos ilegais no mercado financeiro. Mesmo estando em liberdade, Wesley terá de comparecer semanalmente ao Fórum Criminal Federal de São Paulo. A medida ocorre porque não há tornozeleira eletrônica disponível no momento. Ele também deverá cumprir outras medidas cautelares definidas pelo STJ.
Apesar de ter fechado acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, Wesley estava preso desde setembro por suspeita de usar informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro, o chamado “insider trading” – ele é acusado de ter utilizado sua delação para lucrar com venda de ações e compra de dólares quando suas denúncias foram divulgadas.
A JBS teve o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como presidente do seu conselho de 2012 a 2016, período em que recebeu R$ 180 milhões “para não fazer nada”.
Distribuindo propina a presidentes, senadores, deputados e bancando eleições, a JBS recebeu ao menos R$ 5,64 bilhões dos cofres públicos vindos do BNDES e de contratos escusos.