O ex-ministro José Dirceu, que já tem duas condenações que somam penas de 41 anos de prisão, virou réu pela terceira vez na Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro, que comanda os processos da operação em primeira instância, aceitou na terça-feira (20) a denúncia contra ele no caso de propina paga pelas empreiteiras Engevix e UTC.
A acusação envolve 33 crimes de lavagem de dinheiro, cometidos entre abril de 2011 e outubro de 2014. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a propina que foi paga para obtenção de fraude em licitações da Petrobrás chegou a R$ 2,4 milhões.
O juiz também aceitou as denúncias contra Luiz Eduardo de Oliveira, irmão de Dirceu; Gerson de Melo Almada, ex-executivo da Engevix; e Valmir Pinheiro Santana, ex-executivo da UTC. No entanto, Moro ponderou que todos os réus nesta ação já foram condenados na Lava Jato e decidiu suspender o processo por um ano.
Ao abrir a nova ação penal, Moro ressaltou que “quanto aos pagamentos da UTC a JD Assessoria (empresa de Dirceu), há a prova documental e a inusitada realização de pagamentos mesmo quando José Dirceu de Oliveira e Silva já estava condenado criminalmente na Ação Penal 470 (o processo do mensalão)”.
Preso em agosto de 2015 no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, em maio de 2017, José Dirceu deixou a prisão com tornozeleira eletrônica.