Aos brados de “sirva o povo, não o seu bolso”, “nunca mais” e “vergonha sobre vocês”, uma multidão de estudantes, que invadiu nesta quarta-feira (21) o Capitólio estadual da Flórida em Tallahassee, protestou contra o massacre da semana passada na escola pública Marjory Stoneman Douglas em Parkland e exigiu que a bancada da bala pare de impedir a mudança das leis para venda de armas de forma a, pelo menos, dificultar a repetição das tragédias.
Estudantes ocuparam galerias e deitaram no chão, para simbolizar os mortos da Marjory e de outras escolas. Debaixo do canto ensurdecedor, muitos dos legisladores fugiram pelas portas laterais.
Milhares de estudantes se reuniram diante do parlamento do estado. Os sobreviventes de Parkland foram recebidos pelos estudantes das escolas locais, que manifestaram seu apoio.
Em outros atos de solidariedade, centenas de estudantes do ensino médio de Maryland se dirigiram até Washington, para repelirem a epidemia de massacres em escolas diante do Capitólio. Houve protestos também na Virginia, na Carolina do Norte e na Califórnia.
Antes da chacina da Marjory, havia ocorrido em 2016 o ataque a uma discoteca em Orlando que matou 49, seguido no ano seguinte por outro no Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale, que matou cinco. Como “resposta”, a bancada da bala da Flórida estava propondo permissão para circular com armas em tribunais e aeroportos, bem como o uso de armas de mão sem autorização.
Agora, o presidente do senado estadual, o republicano Joe Negron, está propondo que o prédio da escola Marjory se torne um “memorial às vítimas”. Aventa-se ainda retornar a idade mínima para comprar um rifle de assalto para 21 anos e estabelecer um “período de espera” de três dias para o comprador tomar posse do AR-15. Quem sabe, com três dias o psicopata pensa melhor?