“Não vai tabelar. Nossa política é de livre mercado, seguir a linha do Paulo Guedes. Paulo Guedes continua 99,9% de confiança comigo”, declarou Bolsonaro
Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgados nesta terça-feira (6), a inflação percebida entre as famílias mais pobres registrou em setembro a maior taxa do ano, impulsionada por alimentos mais caros como o arroz e o óleo de soja, por exemplo.
De acordo com a FGV, entre as maiores altas de preço nos alimentos, entre agosto e setembro, está o arroz, que passou de 3,43% para 15,41%, e o óleo de soja, que passou de 7,7% para 30,03%. A variação para arroz e feijão, juntos, foi de 1,02% para 10,64%.
Na semana passada (1º), Jair Bolsonaro voltou a negar a possibilidade de tabelar preços para conter a alta do arroz e demais alimentos.
“Não vai tabelar [os preços]”, declarou. “Nossa política é de livre mercado, seguir a linha do Paulo Guedes. Paulo Guedes continua 99,9% de confiança comigo”, disse Bolsonaro em sua live semanal. E voltou a culpar o povo, que recebeu o auxílio emergencial, de ter comido muito arroz.
O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos, ficou em 0,89% no mês passado, contra 0,55% em agosto. Com isto, o indicador acumulou alta de 3,13% no ano e 4,54% nos últimos 12 meses.
Já o IPC-Br, que mede a variação de preços para famílias com renda de um a 33 salários mínimos mensais, ficou em 0,82% em setembro, vindo de 0,53%. No acumulado de 12 meses a alta é 3,62%. A FGV aponta que a principal diferença entre o IPC-C1 e o IPC-Br está na ponderação da cesta de produtos e serviços para chegar ao indicador final.
Para famílias mais pobres a alimentação tem maior peso nas despesas totais, do que por exemplo, a educação particular, que tem mais relevância para as famílias de classe média e alta. No acumulado do ano, a inflação para famílias mais pobres está mais que o dobro do que o registrado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país.
Em setembro, dos 8 grupos de componentes destacados pelo Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), a alimentação foi o que mais aumentou, de 0,76% para 2,23%; seguido por Educação, Leitura e Recreação, passou de 0,09% para 2,44%; e Vestuário, de -0,42% para 0,12%.
Os dados sondados pela FGV, assim como outros indicadores do IBGE anteriores, têm apontado que a alimentação no Brasil ficou mais difícil para as famílias pobres e para as famílias que vivem na extrema pobreza. No entanto, Bolsonaro continua ignorando o quadro vivenciado por estas famílias.
Na semana passada (1º), Jair Bolsonaro voltou a negar a possibilidade de tabelar preços para conter a alta do arroz e demais alimentos. “Não vai tabelar [os preços]”, declarou. “Nossa política é de livre mercado, [é] seguir a linha do Paulo Guedes. Paulo Guedes continua 99,9% de confiança comigo”, disse Bolsonaro em uma transmissão nas redes sociais.