EDUARDO COSTA
Olá, amigos das artes e cultura! Hoje vou matar a cobra e mostrar o pau. Ando meio acabrunhado com essa falta de contato corporal com vocês e quero dar uma valorizada pessoal para melhorar o ânimo. Não que eu goste de me gabar da minha perspicácia, mas nessas condições pandêmicas acertar, com provas, é privilégio de poucos. Todo mundo já dizia isso e aquilo, sá comé…
É notório que sou aposentado da ASNIN (Agência do Serviço Nacional de Inteligência Negligenciada), criada pelo governo da baixa oficialidade para gerar informações duvidosas. Por isso, não poderia deixar de comemorar minha lucidez e eficiência no caso que investiguei e denunciei em 26 de maio desse ano (‘E esse pessoal da Venezuela não descansa’.).
Vamos lá. Há alguns dias o noticiário nacional fala em uma onda de COVID-19 no Amazonas e Roraima, ou simplesmente no aumento de casos, e, conforme o interesse, já associa este “fato” à volta às escolas!
Por vício analiso na minha ótica de especialista de inteligência deficitária. Vamos ver o monitoramento da Globonews que mostra os dois estados em VERMELHO (aumento da média móvel da última semana sobre a média dos 14 dias anteriores! – Essa eu já decorei!). Pela SUSAM ou Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, procuro os novos critérios diagnósticos vigentes:
“Nesta edição do boletim (146), foram confirmados mais 833 casos da doença no Amazonas. Destes, 68 são casos novos confirmados por exame de biologia molecular RT-PCR, que identifica o vírus no organismo e detecta casos novos agudos entre o terceiro e o sexto dia de sintomas, período de transmissão da doença. Os outros 765 foram confirmados por testes rápidos que detectam os anticorpos, com data de oito a 60 dias ou mais das primeiras manifestações da Covid-19.”
Até aí nenhuma novidade, aumento de casos, isso é, de notificados por usar testes sorológicos de até mais de dois meses passados e notificar, se é que entendi. Também escrevi uma nota com título ‘Enfim Testes’ em julho quando foi estendida a testagem por rtPCR para os casos leves. Isso iria aumentar os casos registrados sem alterar tanto os óbitos. Elementar meu caro amigo.
Mas e a história dos hospitais abarrotados? Tenho visto histórias requentadas de médicos falando disso. Uma ‘autoridade científica’ agora, pediu ‘loquedaune’!
Pelo informe, ocupação de leitos de UTI, 64%, e de clínicos, 46%, nessa semana passada.
Quero saber é das mortes, tsk, tsk, ha, ha, ha (riso ao estilo Coringa).
Aqui estão os gráficos no G1 de hoje (05/10):
Peraí, quem de vocês diria que as mortes estão subindo em qualquer lugar mostrado? Ah, sim, no Amazonas é diferente. Vejam que os óbitos aumentaram por uns dias por ser média móvel, mas de fato foram 158 óbitos no dia 02 de setembro, quando os totais diários não chegavam a 30 no estado e, depois, estabilizaram em menos de 10 em média por dia, para agora na quinta (01/10) e sexta passada (02/10) aparecerem mais altos: foram adicionados mais 117 casos que não estavam contabilizados ocorridos bem antes, quando os corpos sumiram!
Não preciso mais chamar o Inspetor Clouseau para decifrar, ainda que esses dois piques pareçam mais assassinatos de guerra do tráfico. Ora, lembrem o que escrevi antes:
“O noticiário sanitário de hoje é indigesto, maior número de vítimas fatais em um dia no país pela COVID-19. Dei uma olhada de relinche nos dados e logo vi uma diferença 1.179 em um dia, viraram 888 em 24 horas. Aqui tem truta!
“Onde estará o Inspetor Clouseau?”
Vocês podem crer, naquela ocasião o acaso me ajudou (sempre ajuda os espíritos preparados…):
Munido de binóculos-câmera, da minha janela indiscreta afirmei: “- Bom panorama. Já vi tudo! Deve estar havendo contrabando de corpos. Algum país vizinho deve estar colocando sorrateiramente vítimas da COVID, exatamente na virada do dia – à meia-noite – do lado de cá da fronteira. Isso pode explicar; afinal, tem 888 em 24 horas, e mais 291 contrabandeados na prorrogação.
“Estou nervoso com a descoberta. Acho que devo avisar o ministro; deve ser esse pessoal da Venezuela! Ele entende esse problema, veio de lá para o cargo, talvez até já esteja expulsando alguns corpos diplomaticamente da fronteira. Conversei com meus botões. Melhor eu avisar, ele pode estar ocupado entubaiando clorofórmio para distribuir para os os coitados dos velhinhos.”
Pois então, vocês já adivinharam: os 291 corpos foram expulsos do país e das estatísticas, e repatriados agora. Aproveitando a ida do Riflomata Americano lá, Maduro, prá provocar, jogou os corpos para a nossa fronteira de volta. Eu li, ninguém me contou. Foram adicionados cerca de 160 mortos num dia e 120 no outro. Ainda tem uns poucos sumidos.
Concordem, por favor, eu que vi o contrabando primeiro, confirmadíssimo.
Agora, vocês que são da cultura, que etnia é essa que faz loquedaune de cadáver decomposto?
Assinado: Gal. Costa Leve, 20/05/2020 – 05/10/2020.
ANEXO:
Um elogio à FVS [Fundação de Vigilância em Saúde] do Amazonas: o gráfico a seguir mostra que ela distribuiu os óbitos pela data de ocorrência e não despejou os recontados em apenas dois dias. Embora sem datas, a última informação corresponde ao dia 04 de outubro de 2020. Não há crescimento de óbitos, está estável desde que caiu em lise. O aumento de casos em Manaus parece, portanto, ser efeito diagnóstico com possível hospitalização de casos mais leves: está claro que a letalidade caiu muito.