O Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) enviou uma carta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pedindo que a pasta incorpore a CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização (PNI), do governo federal.
A vacina contra a Covid-19 está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com o laboratório chinês Sinovac e está em sua última fase de testes de eficiência da imunização.
O Conass (que reúne os secretários de Saúde de todos os estados brasileiros) teme que por Bolsonaro ver no governador de São Paulo João Doria (PSDB) um inimigo político, a vacina chinesa não receba o apoio do Ministério da Saúde, mesmo se for aprovada e liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesta semana, o governo Bolsonaro apresentou o cronograma de imunização para 2021 prevendo prioridade ao uso da vacina da multinacional inglesa AstraZeneca.
Na carta, os secretários relatam que no encontro ocorrido na quarta-feira (13), “as informações prestadas pelo Ministério da Saúde na reunião com o Conass, restou declarado que as estratégias já formalizadas pelo Ministério com a vacina AztraZeneca, e pela iniciativa Covax Facility, não devem disponibilizar a vacina à população brasileira antes de abril de 2021″.
O Conass ainda afirma que nesta mesma reunião, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que a vacina produzida pelo Instituto Butantan encontra-se finalizando a fase III de testes até o início do mês de novembro. Ontem, Doria informou que a etapa foi concluída e que na segunda-feira, 19, todos os resultados serão entregues à Anvisa para liberação da vacina.
O documento do Conass afirma ao Ministério da Saúde que há previsão para a CoronaVac estar disponível a partir de dezembro. O acordo entre o Instituto Butantan e o Sinovac prevê “a disponibilidade imediata de 46 milhões de doses, com mais 14 milhões de doses até fevereiro e, em 2021, mais 40 milhões até junho, totalizando possíveis 100 milhões de doses” da CoronaVac.
No entanto, para garantir a ampliação da estrutura do Instituto Butantan e a compra dos insumos para a produção da vacina no Brasil, será necessário um aporte de R$ 1,9 bilhão do SUS.
“Desta feita, o Conass, cordialmente, solicita ao Ministério da Saúde a adoção das medidas necessárias e imediatas para incorporação ao PNI das vacinas para covid-19 produzidas pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa farmacêutica Sinovac Life Science, assim como a de quaisquer outras vacinas produzidas e testadas por outras indústrias, que possuam condições de eficácia, segurança e produção disponível para iniciar a vacinação da população brasileira no mês de janeiro de 2021, ou no menor espaço temporal possível”, diz a carta.
No documento, os secretários afirmam ainda que “o enfrentamento assertivo à pandemia de Covid-19, que já evoluiu com mais de 150 mil óbitos no Brasil, exige a máxima pressa e celeridade na aquisição e disponibilização de vacinas à nação”, diz o Conass.
O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Confira carta:
Na tarde do dia 14 de outubro do corrente ano, de acordo com as informações prestadas pelo Ministério da Saúde na reunião com o CONASS, restou declarado que as estratégias já formalizadas pelo Ministério com a vacina AztraZeneca, e pela iniciativa Covax Facility, não devem disponibilizar a vacina à população brasileira antes de abril de 2021.De toda sorte, segundo informações disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na mesma reunião, a vacina produzida pelo Instituto Butantan encontra-se finalizando a fase III até o início do mês de novembro e existe a disponibilidade imediata, em dezembro, de 46 milhões de doses, com mais 14 milhões de doses até fevereiro e, em 2021, mais 40 milhões até junho, totalizando possíveis 100 milhões de doses.
Desta feita, o Conselho Nacional de Secretários de Estado da Saúde – CONASS , cordialmente, solicita ao Ministério da Saúde a adoção das medidas necessárias e imediatas para incorporação ao Programa Nacional de Imunização – PNI das vacinas para COVID-19 produzidas pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa farmacêutica Sinovac Life Science, assim como a de quaisquer outras vacinas produzidas e testadas por outras indústrias, que possuam condições de eficácia, segurança e produção disponível para iniciar a vacinação da população brasileira no mês de janeiro de 2021, ou no menor espaço temporal possível.
O enfrentamento assertivo à Pandemia COVID-19, que já evoluiu com mais de 150.000 óbitos no Brasil, exige a máxima pressa e celeridade na aquisição e disponibilização de vacinas à nação. Com efeito, o momento exige que o Ministério da Saúde comande a unidade nacional em torno da disponibilização célere, segura e oportuna das vacinas já disponíveis, em especial as produzidas pelas iniciativas subnacionais.