De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os salários dos trabalhadores que não têm carteira assinada é 44% menor do que os que têm registro.
No 4º trimestre de 2017, o trabalhador formal, ou seja, com carteira assinada, recebeu, em média, R$ 2090, enquanto no trabalho informal R$ 1179, ou seja, R$ 911 a menos. A diferença no 1º trimestre do mesmo ano era 17 pontos percentuais menor, 60,4%, ou R$ 769, sendo a remuneração por trabalho formal R$ 2041 e informal R$ 1272.
A pesquisa mostra ainda a queda de 0,7% dos trabalhadores formais e o crescimento de 9,2% dos informais no mesmo período (ver mais informações na sessão de política).
Para a economista Silvia Matos, da FGV, “o trabalhador perdeu um poder de barganha, esse é o ponto. A participação no emprego formal continua caindo, e, provavelmente, ainda vai demorar para voltar ao que foi no passado”, afirma a economista.
Além de ter uma menor remuneração, o trabalho informal não conta com 13º salário, férias remuneradas e muita vez acontece em lugares insalubres. “O trabalho sem carteira assinada é ilegal e vai pegar ocupações mais precárias, menos qualificadas, por isso o rendimento é menor”, apontou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.