Depois de uma enxurrada de críticas, Jair Bolsonaro recuou e revogou o decreto que permitia estudos para privatizar de Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em suas redes sociais, Bolsonaro tentou fingir que revogou o decreto porque foi mal interpretado pelo Brasil inteiro. “A simples leitura do Decreto em momento algum sinalizava para a privatização do SUS”, alegou.
O texto, porém, permitia a “elaboração de estudos de alternativas de parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de Unidades Básicas de Saúde”.
O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que tratava-se de transformar postos de saúde em “modelos de negócios” com vistas à obtenção de lucro. “Caberá ao PPI coordenar os esforços e auxiliar na interação com os demais agentes em busca da construção de modelos de negócios, mas a condução da política pública será realizada pelo Ministério da Saúde”, disse o Ministério.
Lideranças políticas de todo o país comemoraram o recuo de Jair Bolsonaro.
O deputado federal e candidato a prefeito de São Paulo, Orlando Silva (PCdoB), disse que Bolsonaro “se lascou e teve que recuar”.
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), disse que “Bolsonaro tentou atacar o SUS. Tentou privatizar a saúde. O povo brasileiro se levantou, gigante, contra isso. E ele teve que recuar”.
O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) informou que, apesar do recuo de Bolsonaro, continuará “atento à derrubada do decreto e a toda e qualquer iniciativa do governo que ataque a saúde pública e o acesso universal! Nenhum passo atrás, nenhum direito a menos”.
O ex-prefeito do Recife e candidato à Prefeitura de Olinda, João Paulo (PCdoB), disse que “os princípios de humanidade, de cuidado, de universalidade e integralidade não cabem na cabeça de uma pessoa como Bolsonaro”. “O SUS salva, Bolsonaro destrói. Há incompatibilidade de essência”.
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