A média dos preços da gasolina comum nos postos de combustíveis no Brasil subiu 0,93% em outubro em comparação com setembro. Foi o quinto mês seguido de alta no preço do produto.
O valor médio da gasolina atingiu R$ 4,599 por litro em outubro, o mesmo nível do verificado no levantamento de março (R$ 4,598), quando os impactos da Covid-19 começaram em todo o país.
No período de maio a outubro, que reflete a flexibilização das medidas de isolamento no Brasil, as cotações acumularam alta de 14,69%. Os preços da gasolina recuaram entre janeiro e maio deste ano, mas desde então passaram a subir.
Os dados constam do comunicado da empresa ValeCard, empresa de soluções de gestão de frotas, divulgado na sexta-feira (30), conforme a agência Reuters.
A maior alta do preço no país foi registrada no Distrito Federal (+3,41%). Por outro lado, a Bahia registrou a maior queda no valor do combustível no período (-0,96%).
Os aumentos dos combustíveis vêm se somar à carestia que começa a dominar produtos básicos na mesa das famílias. A alta do óleo de soja foi de 22,34% – superando, inclusive, a pressão do arroz (+18,48%), tomate (+14,25%), das carnes (4,83%) e do leite longa vida (+4,26%), conforme a prévia do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro.
Os índices calculam médias, consideram diferentes regiões, mas a cesta deste redator têm números mais impactantes ainda. Nos últimos 120 dias, conforme notas fiscais de compras de três produtos observados, temos: O arroz com um aumento de 82% no período (de R$ 12,20 para R$ 22,20). O quilo de carne bovina aumentou 62% (de R$ 23,50 para R$ 38,00) e o óleo de soja nada menos do que 105% (de R$ 3,40 para R$ 6,98).
Não adianta o Bolsonaro mandar seu seguidor ir “comprar arroz na Venezuela”, dizer que não vai usar o “canetaço” ou outras desfeitas à situação dos preços em alta na economia. Foi opção do seu governo deixar as forças cegas do mercado, atrelá-los aos preços da especulação internacional e vai pagar pelo preço da sua irresponsabilidade.
No caso da gasolina e outros combustíveis, o cenário de aumento de preços adiante tende a se agravar.
No ano de 2020 o dólar comercial se valorizou 42,62%. A primeira cotação do dólar comercial no ano foi de R$ 4.0232 e a última R$ 5.7379. Ver https://www.dolarhoje.net.br/dolar-comercial/
Com a política de preços da Petrobrás, que baliza todo o mercado, atrelado ao dólar, ao invés dos custos da produção nacional, os preços dos combustíveis entraram em rota ascendente.