O conselheiro da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Ricardo Maranhão, afirmou que a política de Michel Temer/Pedro Parente, de reajustar os preços dos combustíveis, fundada com base nos preços internacionais, é “uma política equivocada e entreguista”, disse Maranhão, em entrevista ao site Petronotícias, na última quarta-feira (21).
Segundo Ricardo Maranhão, “os preços do mercado exterior sofrem a influência de um número enorme de fatores imprevisíveis, que dão uma volatilidade muito grande a eles. Quando você adota essa política de paridade, está expondo os consumidores brasileiros a toda essa multiplicidade de fatores”, como por exemplo, “um inverno muito rigoroso no hemisfério norte, o que cria uma demanda sazonal e faz com que os preços de derivados do petróleo subam”. Ou a existência de “um atrito na Casa Real Saudita que poderia aumentar os preços, porque a Arábia Saudita é um grande produtor de petróleo. A pergunta é: o que o Brasil tem a ver com isso?”, questionou Ricardo Maranhão.
O conselheiro da Aepet destacou que ao estabelecer a paridade, a atual direção da Petrobrás “está abrindo o mercado brasileiro para que importadores e refinadores estrangeiros tragam gasolina e diesel para nosso País, uma vez que a estatal pratica o mesmo preço que eles. No ano passado, o Brasil importou cerca de US$ 8 bilhões entre gasolina e diesel. E quando traz esse produto do exterior, a refinaria da Petrobrás não refina, porque não consegue revender. As refinarias da Petrobrás estão com 25% de ociosidade. Ou seja, uma fatia de 25% de mercado está sendo abastecida por importações de empresas privadas. O Brasil está gastando esses US$ 8 bilhões absolutamente sem necessidade” denunciou Maranhão, que lembrou que atualmente, cerca “80% do diesel que está sendo importado pelo Brasil é proveniente dos Estados Unidos”.