Democrata está a seis votos da presidência no Colégio Eleitoral, com quatro estados ainda em apuração
Com as vitórias em Wisconsin e Michigan, o candidato democrata Joe Biden chega a 264 votos no colégio eleitoral e está prestes a alcançar os 270 votos necessários para a vitória sobre o republicano Donald Trump, que está com 214. A campanha de Trump acaba de anunciar que irá pedir a recontagem dos votos em Wisconsin e a interrupção da apuração na Pensilvânia e em Michigan.
A corrida de Trump para o tapetão ocorreu quando Biden já ultrapassou Barack Obama como o mais votado em uma eleição nacional, com 70 milhões de votos. Obama encerrou a eleição de 2008 com 69.498.516. A participação nas eleições americanas foi a maior em 112 anos.
Em discurso, Biden afirmou que nos Estados Unidos “é o povo que governa”, se disse confiante na vitória e prometeu unir os norte-americanos.
Na madrugada, Trump havia se declarado “vencedor”. O que recebeu, de Biden, a resposta de que nem ele, nem o presidente bilionário, é que iria dizer quem era o vencedor, mas “o povo americano”. Biden havia se manifestado confiante na vitória e pedido “paciência” aos norte-americanos.
Assim, à medida que os votos enviados pelo correio, aliás, tradicionais em eleições norte-americanas, e preferidos, sob a pandemia, por eleitores democratas, foram sendo apurados, a provocativa proclamação de Trump se mostrou demasiado açodada.
A virada no Estado do Arizona delineou que o caminho da vitória para Biden continuava aberto, depois da conquista da Flórida e Ohio por Trump. Quatro Estados permanecem sob disputa: Pensilvânia, Nevada, Geórgia e Carolina do Norte, e a maioria de votos que faltam contar são votos pelo correio, isto é, pró-Biden.
Diante das ameaças de Trump de roubar a eleição no tapetão, Biden reiterou seu compromisso em garantir que “todos os votos sejam contados”. Segundo a cínica tese de Trump, só valeriam os votos contados até à madrugada de terça para quarta-feira, já que seus eleitores preferiram o voto em pessoa no dia (e sem máscara).
Pela lei eleitoral de Wisconsin, como a diferença entre Biden e Trump foi menor que 1%, o candidato republicano tem o direito de pedir a recontagem. Já a tentativa de interromper a apuração em Michigan e na Pensilvânia é praticamente uma confissão de derrota nos dois Estados mais decisivos. Em 2016, Trump, com 3 milhões de votos a menos, tornou-se o presidente, por ter vencido em três estados do Meio-Oeste por 77.000 votos.
Pela manhã, já acusando o golpe, Trump, depois de ficar, surpreendemente, mudo até às 10 horas no Twitter, postou que “como é que cada vez que eles contam as cédulas eleitorais são tão devastadores em sua porcentagem e poder de destruição?”.
Em outra postagem Trump reclamara dos “despejos-surpresa de votos”, chamando isso de “muito estranho”.
O portal Político registrou como Trump e sua trupe ficaram em choque quando a Fox News deu a notícia de que Biden levara o Arizona.