O deputado federal e candidato a prefeito de São Paulo, Orlando Silva (PCdoB), registrou boletim de ocorrência (BO), na terça-feira (3), por ter sido ofendido e vítima de racismo nas redes sociais.
“Não podemos tolerar. Racismo é crime. Vou exigir uma investigação policial para que as pessoas saibam que a internet não é uma terra sem lei”, informou.
No boletim de ocorrência, Orlando mostrou seis perfis que fizeram xingamentos racistas. Entre as coisas ditas estão “coisa feia dos infernos”, “rico em melanina”, “cara de bandido” e “negro de alma branca”.
Para Orlando, “é inaceitável que o esgoto das redes sociais dê vazão ao ódio e ao mais abjeto dos sentimentos, que condena e discrimina pessoas pela cor. Conheço o racismo de sentir na pele. Tenho orgulho de ser negro e não permitirei que tentem me subjugar”.
“Ao contrário, os ataques odiosos mostram que a luta antirracista é uma batalha da civilização contra a barbárie, da Humanidade contra sua autodestruição, o que me dá mais força para continuar e vencer”, continuou.
“Estamos no mês da Consciência Negra. Mais do que nunca, não deixaremos nenhum ataque racista impune. Eles vão ter que pagar! Racismo não é mi-mi-mi, é crime”, enfatizou o candidato.
Em entrevista ao Estadão, Orlando relacionou os ataques racistas às críticas que ele tem feito a Jair Bolsonaro. “Eu elevo o tom na crítica ao bolsonarismo, vem uma onda nas redes sociais”, relatou.
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), enviou uma mensagem de solidariedade a Orlando. “Quero dar um abraço a esse grande brasileiro, Orlando Silva, vítima de surtos neonazistas que têm infestado a vida brasileira. Que se identifiquem os criminosos e que sejam devidamente punidos”.
Em resposta, o deputado disse que “vivemos um momento muito difícil da vida do país, com o ódio mais abjeto sendo utilizado como arma política. Precisamos, mais do que nunca, unir forças para derrotar a barbárie”. “Agradeço a solidariedade, @cirogomes”, declarou.