Na noite de quinta-feira, as três principais redes de TV dos EUA – ABC, CBS e NBC – interromperam a transmissão da fala repleta de mentiras e acusações falsas de Trump com as quais assacou contra a integridade da eleição presidencial norte-americana, assim como insultou funcionários dos correios e mesários a quem qualificou de “corruptos” sem apresentar quaisquer indícios ou provas.
Quando já se evidenciava sua derrota, Trump concedeu uma coletiva à imprensa na qual seguiu ensandecido dizendo que vencera a eleição e responsabilizou o crescente caminho de Biden rumo à virada e à vitória – com os jovens já celebrando nas ruas e exigindo a contagem de todos os votos – a uma imensa fraude para a qual não apresentou uma prova sequer e atacou também a imprensa norte-americana, para ele igualmente corrupta.
“Temos de interromper aqui porque o presidente fez um número de falsas declarações incluindo a noção de que houve votação fraudulenta”, afirmou o âncora da rede NBC, Lester Holt, para justificar uma atitude nunca verificada em toda a história da mídia dos EUA.
David Muir da ABC, justificou a interrupção “tem muita coisa a desenrolar e checar aqui”.
A NBC foi a primeira a interromper, após 35 segundos da fala de Trump. O apresentador Brian Williams declarou: “Não dá, simplesmente não dá”. [O pronunciamento] “não tem base na realidade e, no ponto em que o país está, é perigoso”.
A CNN, apesar de manter a transmissão, colocou um letreiro na parte baixa da tela afirmando em letras garrafais: “SEM QUALQUER EVIDÊNCIA, TRUMP DIZ QUE FOI GARFADO”.
Até mesmo no Canal FOX News, espécie de porta-voz oficioso de Trump, o seu repórter na Casa Branca destacou: “Não vimos nenhuma evidência” nas acusações de fraude eleitoral.