A audiência realizada pelo governo Temer para tratar da privatização da Companhia de Distribuição Alagoas (CEAL), subsidiária da Eletrobrás foi suspensa nesta terça-feira (27) após a mobilização de trabalhadores, sindicatos e movimentos sociais em defesa da estatal. O governo pretende entregar as distribuidoras da Eletrobrás no Nordeste e Norte do país no processo de desmonte da estatal.
Os trabalhadores denunciaram a dificuldade de conseguir acessar o evento, que deveria ser público e aberto a todos. Desde as 6h da manhã, uma forte aglomeração policial intimidou a presença das pessoas que vinham chegando. A cavalaria e viaturas fecharam todos os caminhos, impedindo o livre acesso de quem desejava participar da audiência. “A população se viu impedida de participar, pois foi montado um aparato de guerra, inibindo a livre manifestação do povo”, denunciaram.
Mesmo assim, os manifestantes conseguiram entrar na audiência, convocada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e após muita discussão, a organização suspendeu a continuidade do evento. As falas daqueles que conseguiram entrar no auditório foram todas no sentido de que a Eletrobrás permaneça pública. Em coro, os presentes deixaram claro que a CEAL é do povo alagoano e não deve ser privatizada.
O presidente do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, Nestor Powell, comemorou a vitória da classe trabalhadora e, ressaltou que esse é só o começo da luta em defesa da CEAL no estado. A diretora do sindicato, Dafne Orion questionou o valor de venda estipulado. “É dessa forma que o governo pretende discutir a venda do setor elétrico do país e mais especificamente da Eletrobrás distribuição Alagoas, que hoje ele diz que vale R$ 50 mil, dinheiro que você não compra nem um terreninho, quanto mais uma empresa que distribui energia para todo o Estado”.