Presos desde novembro passado, fruto da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, os deputados estaduais do PMDB, Jorge Picciani (presidente da Assembleia), Edson Albertassi (ex-líder governista) e Paulo Melo continuam recebendo da Assembléia Legislativa (Alerj) salário de R$ 25,3 mil, cada um, segundo o Portal da Transparência da Casa.
A quadrilha é sustentada com dinheiro público e os salários dos deputados corruptos presos, pagos pelo suor do trabalhador fluminense. Além desse descalabro, cada um deles mantém 20 assessores em seus gabinetes na Alerj, com os vencimentos em dia, diferente do que acontece com os servidores públicos do Estado, com salários parcelados e atrasados desde o ano passado.
Somados, os vencimentos da quadrilha e seus assessores podem chegar a R$ 556 mil a cada mês, além de benefícios, como carro oficial. Isso representa gasto de R$ 1,7 milhão dos cofres públicos com os gabinetes e os salários dos três deputados nos três meses em que estão presos.
Os deputados foram presos por prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), eles usavam seus postos na Alerj manter um caixa de propina destinada à compra de decisões para o setor como o de transporte público e da construção.
Os três formam uma organização integrada pelo ex-governador Sérgio Cabral, que existe de maneira ininterrupta desde 1990, segundo o MPF.
A organização roubava recursos federais e estaduais, além de repasses da Fetranspor, que controla o setor de transporte público no RJ, além de orquestrar a compra e venda de projetos de lei, como o que foi apontado em um e-mail que a Odebrecht enviou a Picciani, contendo uma proposta de projeto de isenção fiscal para a empreiteira. O documento foi aprovado na íntegra pela Alerj.
TCE
No Tribunal de Contas do Rio de Janeiro a situação é a mesma. Em consequência da Operação Quinto do Ouro, em abril de 2017 seis dos sete conselheiros do órgão foram afastados por ordem do Superior Tribunal de Justiça. O afastamento está mantido até hoje, e o salários deles também.