Nos últimos dias, Jair Bolsonaro (sem partido) vem atacando tanto as eleições municipais ocorridas no Brasil, quanto à disputa presidencial nos Estados Unidos.
Bolsonaro afirmou que, segundo suas “fontes de informações”, as eleições dos Estados Unidos foram fraudadas e que o governo ainda aguarda o que será decidido pelos estados e pela Suprema Corte norte-americana. A declaração foi dada, neste domingo, 29, na sessão eleitoral onde o presidente vota, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“Eu tenho minhas fontes de informações que dizem que realmente teve muita fraude lá, e isso ninguém discute”, disse. “Estou aguardando um pouco mais que seja decidido pelos estados e quem sabe, pela Suprema Corte no final.”
Bolsonaro também elevou o tom de suas críticas à votação eletrônica no Brasil e mais uma vez colocou em dúvida a lisura do modelo usado no país, reconhecido mundialmente pela segurança e celeridade na apuração.
Na entrevista a jornalistas após votar, Bolsonaro afirmou: “Eu, como presidente da República, quero voto impresso já”, afirmou Bolsonaro, para quem essa é uma decisão do Executivo em acordo com o Legislativo. “Eu ganhei em 2018 só porque tinha muito mais votos”, completou, sem apresentar provas. “E digo mais: a apuração tem de ser pública, e não feita por meia dúzia de pessoas. O TSE tem a obrigação de entregar os boletos de urna”.
Bolsonaro na verdade usa tanto as eleições dos EUA, quanto a disputa municipal no Brasil como pretexto para atacar o resultado das urnas em 2022.
Após ter eleito apenas 12 dos 59 candidatos a prefeitos e vereadores que apoiou nesta eleição, Bolsonaro ataca a urna e o voto contido nela para contestar o caminho eleitoral de 2022, abrindo espaço para não reconhecer o resultado se ele não for do seu agrado.
O impulso golpista do presidente, após tentativas de impulsionar pautas como o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, no início da pandemia de Covid-19, já é bem conhecido de todos.