O mau perdedor Trump entrou no domingo (20) com novo recurso na Suprema Corte, pleiteando que esta casse a vitória de Joe Biden no Estado da Pensilvânia – e, portanto, no colégio eleitoral -, sob a alegação de que a mudança na lei do Estado facilitando o voto pelo correio por causa da pandemia seria uma ‘violação da Constituição norte-americana’, de acordo com a Fox News.
Anteriormente, a Suprema Corte já havia recusado outro esperneio de Trump contra a verdade das urnas, no caso da Pensilvânia, como já ocorrera em tribunais no país inteiro.
Uma semana de cão para Trump: no dia 14, o Colégio Eleitoral consagrou a vitória de Biden sobre Trump por 306 a 232 ( foram 7 milhões de votos a mais nas urnas). O líder republicano no Senado, Mitch Connell, reconheceu em discurso que “o Colégio Eleitoral falou”, o presidente eleito “é Biden”.
No sábado e domingo, circularam várias notícias sobre a reunião que Trump manteve na sexta-feira na Casa Branca, onde esteve na pauta todo tipo de maluquice fascista.
Como decretar lei marcial para cassar o resultado da eleição nos quatro Estados que decidiram a eleição em favor de Biden e refazer a votação (quem sabe, várias vezes até dar o resultado certo…); confiscar máquinas de votação Dominion; e nomear para “investigadora especial” da “fraude eleitoral” aquela advogada que foi dispensada da equipe da campanha antes que fosse interditada por uma junta psiquiátrica, Sidney Powell.
Os alertas se tornaram públicos através do New York Times e dos portais Político e Axios, entre outros.
O general de pijama Michael Flynn (perdoado recentemente por Trump) estava presente e é tido como o autor, digamos, intelectual, da decretação da lei marcial. Foi em entrevista à rede de extrema-direita Newsmax, que substituiu a Fox no coração desolado do bilionário, e pato manco, presidente.
O confisco das máquinas de votação – que supostamente permitiria confirmar a demente história do complô entre ‘o bilionário George Soros, os comunistas chineses e Nicolas Maduro, para levar para a eleição nos EUA o software implantado por Hugo Chávez no país caribenho, agora para transferir votos de Trump para Biden’ – foi sugerido pelo advogado-chefe da campanha, Rudy Giuliani.
Naturalmente, a história que mais depõe contra o estado mental de Trump é a da lei marcial, e ele teve de correr para o Twitter para asseverar que era uma “fake news” do New York Times.
PROTESTO SELVAGEM
Trump também estaria convocando um “protesto selvagem” na capital, Washington, para o dia da aclamação final de Biden presidente pelo Colégio Eleitoral, em 6 de janeiro. A última revoada a Washington de Proud Boys, maníacos por rifles de assalto, órfãos da escravidão confederada, KKK-man e oponentes da vacinação – havia sido um fiasco.
Mas sempre há algum maluco se dispondo a salvar a América dos antifascistas, dos negros e dos imigrantes ‘estupradores mexicanos’ ou de algum ‘buraco de merda’ africano, conforme tão bem orientou nos últimos quatro anos o campeão dos pobres, Trump.
O mais recente episódio foi um ex-policial em Houston, no Texas, que se chocou com um caminhão por achar que este continha 750.000 votos fraudulentos, de acordo com a polícia local. O que havia no caminhão eram partes de ar condicionado.
O Washington Post observou que o incidente “foi o culminar de uma operação de vigilância encoberta desastrada – financiada por um grupo conservador – que procurava desvendar um esquema de fraude eleitoral maciça antes das eleições de Novembro”.
Ele acreditou…
Analistas consideram difícil que Trump vá à posse de Biden – para manter a encenação de que foi o vencedor, que a eleição foi fraudada e que ele é a vítima. Há quem jure que, nesse dia, ele anunciará que irá se candidatar em 2024.
A equipe de campanha de Biden, logo no início da blitzkrieg judicial de Trump para afanar a eleição, havia, de forma sarcástica, assinalado que o governo dos EUA “não teria dificuldade de escoltar até à porta de saída da Casa Branca um intruso”.
“Não espero que o presidente [Trump] se acorrente à Mesa Resoluta e se recuse a partir, mas também, tendo em conta o que temos visto nas últimas semanas, não descartaria isso totalmente”, disse Miles Taylor, ex-chefe de pessoal do Homeland (Segurança Interna).
“Ele continuará a se enfurecer contra os resultados, e continuará a solidificar na mente de mais milhões de americanos que o processo democrático foi corrompido”, acrescentou.