O secretário estadual de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou que o retorno das aulas presenciais em 2021 será obrigatório a todos os estudantes das redes pública e privada no estado. “Educação é direito da criança e dever do Estado, deve ser obrigatória dentro dos protocolos”, disse Rossieli em entrevista ao jornal ‘Estado de S. Paulo’.
De acordo com o secretário, o que a ciência sabe sobre o vírus e seu contágio evoluiu e que por isso só não voltarão às aulas, estudantes que tenham atestado médico ou estejam no grupo de risco.
Rossieli considera que a distância da escola promoveu um “massacre educacional” na vida de crianças e jovens por causa da pandemia do novo coronavírus.
“Não pode acontecer em um país que prioriza educação ter bar aberto e escola fechada, não existe comparação possível. Nós no Brasil falamos muito pouco sobre os prejuízos da escola fechada. Eu defendo muito a tecnologia, as soluções que os professores buscaram durante a pandemia, mas nada substitui a escola. Isso não está claro para pais e mães. Não enxergam que muita coisa evoluiu de março ou maio pra cá, hoje a ciência mostra que o espaço escolar é seguro. As crianças não são grandes transmissores, não são o principal grupo de risco, mas são as mais afetadas por fazerem esse sacrifício de não ir à escola. A criança está regredindo do ponto em que estava, é um massacre educacional no futuro desses jovens”, defendeu o secretário.
Na última quinta-feira (17), o governo de São Paulo anunciou que manterá o retorno gradual às aulas presenciais para o ano letivo de 2021, mesmo com endurecimento das regras para contenção da pandemia. O retorno ocorrerá de forma regionalizada, de acordo com os Departamentos Regionais da Saúde e obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus.
Segundo o secretário a decisão de manter escolas abertas em todas as fases do Plano São Paulo é baseada em experiências internacionais e nacionais e tem o intuito de garantir a segurança dos alunos e professores, bem como o desenvolvimento cognitivo e sócio-emocional das crianças e adolescentes.
Se uma área estiver nas fases vermelha ou laranja do Plano São Paulo, as escolas da educação básica, que atendem alunos da educação infantil até o ensino médio, poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados. Na fase amarela, elas ficam autorizadas a atender até 70% dos estudantes; e na fase verde, até 100%. Os protocolos sanitários devem ser cumpridos em todas as fases.
Atualmente, 1800 das cerca de cinco mil escolas estaduais estão com atividades presenciais parciais.
Segundo a Secretaria de Educação, foi mantida a autonomia dos prefeitos de poder vetar a volta presencial nas suas cidades. No entanto, nos municípios onde for acatada a orientação estadual de retorno, todas as escolas deverão reabrir e a volta dos alunos será obrigatória. Pelas regras anteriores, cada escola possuía autonomia de decisão e a presença dos alunos era facultativa.
Questionado sobre quando será possível voltar a ter todos os alunos nas escolas todos os dias, o secretário disse que espera “o mais breve possível”. “Infelizmente o governo federal não está organizado minimamente para disponibilizar a vacina, então acho que no primeiro semestre teremos rodízio. E na metade do segundo semestre para frente, podemos ter todos os nossos alunos”.
Sobre a estrutura necessária para que as escolas consigam cumprir os protocolos e voltar ao funcionamento com o máximo de segurança, Rossieli afirmou: “Temos desafios nas nossas escolas, sim, mas já mudou. Criamos o programa dinheiro direto na escola e enviamos R$ 700 milhões para melhoria na estrutura. Temos cerca de 5 mil escolas e 4600 reformaram os seus banheiros. As pessoas adoram falar de banheiros, com razão, é um ponto importante, mas milhares de pias foram construídas, infraestruturas refeitas, as escolas estão repaginadas. As pessoas estão com visão de outros tempos. Temos desafios, problemas pontuais, mas não podem afirmar que as escolas públicas são tão ruins”.
“Os pais precisam ir visitar as escolas, perguntar ao diretor o que ele fez com o dinheiro que recebeu. As escolas estão preparadas. Quanto aos funcionários, estamos lutando para contratar mais gente. Mas a escola que faz seu plano de volta e pode voltar com menos alunos, com 15%, se faltar funcionário”, explicou Rossieli.
Quanto à obrigatoriedade de estudantes voltarem às aulas, Rossieli foi enfático. “Educação é obrigatória no País, hoje com a ciência mostrando que a escola é um espaço seguro, nossos estudantes precisam voltar obrigatoriamente. Para o estudante não voltar, só com atestado médico, se tiver no grupo de risco. A educação é direito da criança e dever do Estado, deve ser obrigatória, dentro dos protocolos. Para as escolas particulares é o mesmo, também são reguladas pelo conselho estadual. Só as de educação infantil, que na capital, têm o conselho municipal.
O secretário ainda destacou que pai ou mãe que não colocarem os filhos de volta a escola “podem ser responsabilizados, sim. Podemos encaminhar para o conselho tutelar e caberá a ele fazer a tutela do direito da criança”, afirmou.
Rossieli ainda explicou que “muito provável que tenha o ensino híbrido, todos deverão fazer o remoto e também uma parte presencial. As escolas voltando com atividades, a única coisa que pode tornar a ida não obrigatória é um atestado médico, algum motivo especial para ter cuidado ainda maior com ele. A saúde que pode dizer. O resto a Constituição vai ditar (ela diz que a escola é obrigatória para crianças acima de 4 anos)”.
PROFESSORES
Rossieli disse que os professores estão nas categorias prioritárias que deverão receber a vacina, mas na primeira fase só deverão ser atendidos os mais idosos e aqueles com comorbidades.
“O que se precisa entender é que há uma hierarquia na necessidade da vacina porque temos poucas, só temos a CoronaVac. Todo mundo que tem pai, mãe, avó, sabe que tem que começar com eles, que são o maior grupo de risco. A gente parou essas escolas para proteger a terceira idade, paramos com essa justificativa. Obviamente precisamos começar a proteger os idosos para as escolas voltarem. Mas os professores estão, sim, na lista de prioridades. E os professores mais velhos e com comorbidades serão vacinados antes, com o restante da população”, disse o secretário.
Rossieli compreende o medo dos professores com o retorno às aulas presenciais, mas ainda assim considera que é preciso enfrentar. “Eu me coloco sempre no lugar das pessoas, eu entendo quando as pessoas têm seus medos, restrições, enxergam os seus desafios internos. Vejo muitos professores falando que moram com seus pais, mas a gente vai para o trabalho e tem todos os cuidados. Assim como outras pessoas. As farmácias e supermercados não fecharam, as pessoas que trabalham nesses lugares vão e voltam para suas casas também. O que é essencial para a nossa sociedade não tem que fechar. Professor, funcionário da educação tem papel fundamental, precisa ser valorizado e observar cada vez mais que é fundamental para o desenvolvimento da sociedade”, disse o secretário.
A convocação dos professores de volta às escolas acontecerá em janeiro próximo, informou o secretário. “O decreto fala que caberá à secretaria determinar, mas obviamente se os alunos retornarem precisamos dos professores. Vamos publicar uma normativa na primeira quinzena de 2021 falando sobre convocação dos professores, observando grupo de risco, mas teremos, sim, nossos profissionais na escola. Também vamos discutir com o Conselho Estadual de Educação em janeiro o que será obrigatório ou não. Mas com certeza nós teremos aulas presenciais públicas”.
Somos obrigados a anos manter nossos filhos na escola mesmo Não aprendendo nada minha filha Não passado fico 1 hora só na escola o ano inteiro saia tds dias com uma folha td riscada me perguntando olha oque aprendi hoje esse ano faria 2 ano sem saber o que devido a ter aprendido no 1 .
Escola pinga água na sala teto caindo na cabeça dos alunos será que aumenos reafirmaram alguma coisa .