O cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, demonstra neste artigo que, por trás da campanha sobre uma suposta “ameaça chinesa” repisada por setores políticos dos Estados Unidos, o que há é a vã tentativa de ocultar as verdadeiras atitudes hostis da parte norte-americana contra o país asiático, por temer o desenvolvimento da China e o crescimento do seu papel mundial.
Sob o título original “Quem está ameaçando quem, afinal de contas?”, Li Yang apresenta no seu texto vários exemplos da ingerência de Washington contra a soberania e a unidade nacional da China em Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e Tibete, através da promoção de atividades que estimulam o separatismo.
Yang acrescenta ainda que “o que temos visto é precisamente a incompetência dos EUA na sua governança própria e no combate à Covid-19. Em vez de resolver seriamente os próprios problemas, os EUA não aceitam o fato de outros países atuarem melhor”. E conclui que o que poderá ameaçar os EUA são as suas próprias atitudes.
Boa leitura.
LI YANG, Cônsul-Geral da China no Rio de Janeiro
Hoje em dia, certos políticos norte-americanos não poupam esforços para forjar uma nova versão da “teoria da ameaça chinesa” e fazem de tudo para retratar a China como uma ameaça estratégica para os Estados Unidos. Não é tão difícil entender essa questão.
A China ameaça a integridade territorial e a segurança nacional dos EUA? É claro que não! A China já possui um território bastante vasto e não tem interesse no território estadunidense, nem nutre qualquer ambição nesse sentido. No entanto, são navios de guerra e caças americanos que ostentam seu poderio às portas da China, enquanto alguns políticos americanos apregoam uma guerra contra a China. Os Estados Unidos estão intensificando seu apoio às forças separatistas que trabalham pela “independência” de Taiwan, de Hong Kong, de Xinjiang e do Tibete, com o intuito de dividir a China. Para alcançar esse objetivo, os EUA vêm elevando as relações com as autoridades de Taiwan, vendem armamentos avançados ao território e instigam os independentistas a resistir, pela via armada, à reunificação. Ao fazerem tudo isso, não estão os EUA ameaçando a integridade territorial e a união nacional da China?!
A China ameaça o sistema político e ideológico dos EUA? Completo absurdo! Não há dúvida de que a construção do socialismo com características chinesas tem sido bem sucedida. Mas a China nunca quis impor seu sistema político ou sua via de desenvolvimento a qualquer outro país. O socialismo com características chinesas pertence apenas à China. Mesmo que os EUA quisessem copiar, poderia não funcionar. A verdade, contudo, é que são os EUA que nunca abandonam o sonho de ocidentalizar a China, aproveitando todas as oportunidades e meios para realizar infiltrações ideológicas na China, tentando incitar uma “revolução colorida” e realizar uma “mudança institucional”. Ao fazerem tudo isso, não estão os EUA ameaçando a segurança política da China?!
A China ameaça o estilo de vida e os valores americanos? Chega a ser risível! Os estilos de vida têm raízes na tradição cultural e nas condições nacionais e não dependem de escolhas subjetivas. Que necessidade teria a China de mudar o estilo de vida americano? Paz, progresso, equidade, justiça, democracia e liberdade, como valores comuns humanos, formam “círculos concêntricos” que permeiam diferentes raças, sistemas e crenças, e constituem uma “interseção” dos valores chineses e americanos. Nesse quesito, há mais semelhanças do que diferenças nos valores dos dois países e, portanto, não há por que forçar o outro a mudar. Agora, o problema é que os EUA não reconhecem essas semelhanças e insistem em sua “arrogância de valores” para julgar ou mesmo atacar os valores da China. Ao fazerem tudo isso, não estão os EUA ameaçando os valores chineses?!
A China ameaça a imagem e a influência internacional dos EUA? Os EUA é que são demasiado suscetíveis! Em 2020, a China deu excelentes respostas em várias frentes, seja na contenção e combate à Covid-19, seja na economia e no bem-estar da população, ou no fornecimento de bens públicos à comunidade internacional. A China apenas fez o que deveria ser feito, sem nenhuma intenção de se valer disso para prejudicar a imagem ou o prestígio internacional dos Estados Unidos. O que temos visto é precisamente a incompetência dos EUA na sua governança própria e no combate à Covid-19. Em vez de resolver seriamente os próprios problemas, os EUA não aceitam o fato de outros países atuarem melhor. Culpam a China pelas próprias falhas e aproveitam temas como a Covid-19 para produzir difamações grosseiras para causar impactos negativos à China. Ao fazerem tudo isso, não estão os EUA ameaçando a imagem internacional da China?!
A China ameaça a posição da maior potência e a hegemonia mundial dos EUA? Esta é uma lógica hegemônica típica! Ninguém conseguirá minar a determinação e os esforços do povo chinês para construir o seu país e buscar uma vida melhor! A China não se tornará outro estado hegemônico, por mais poderosa que seja, mas sim, uma firme oponente das políticas hegemônicas de qualquer país. Em vez de permanecerem fortes enquanto abandonam essa mentalidade supremacista, os Estados Unidos, infelizmente, tentam consolidar a sua posição internacional buscando reforçar a sua hegemonia. Não se conformando com o desenvolvimento e a ascensão da China, os EUA chegam ao extremo para agredir, reprimir, cercear e conter a China. Ao fazerem tudo isso, não estão os EUA ameaçando o desenvolvimento pacífico e o rejuvenescimento nacional da China?!
Está mais do que evidente que o motivo de algumas pessoas nos EUA forjarem novamente a chamada “teoria da ameaça chinesa” é justamente para procurar um pretexto e pavimentar o caminho para reforçar a sua contenção contra a China. Ao invés de serem ameaçados pela China, os EUA é que ameaçam, de forma ostensiva, a segurança e o crescimento da China. A verdadeira ameaça enfrentada pelos EUA não vem de fora, mas de dentro do próprio país. Trata-se da perda da capacidade de se reajustar e se corrigir, e de fornecer soluções e estímulos para a existência e o progresso da humanidade através da solidariedade e da cooperação. Essa perda torna o país cada vez mais degenerado, egoísta e bárbaro. Eis a maior ameaça que os EUA enfrentam!
* O artigo do cônsul de Li Yang tem como título original “Quem está ameaçando quem, afinal de contas?”
muito bom o site