
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (31), por meio de Medida Provisória publicada no Diário Oficial da União (DOU), o reajuste do salário mínimo para 2021. O novo valor mantém um índice sem alumento real, repondo apenas a inflação do período.
A proposta inicial era que o valor do mínimo fosse R$ 1.088. A revisão para R$ 1.100 se deu em razão do crescimento da inflação nos últimos meses, que fez o governo aumentar a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), base para a correção anual do salário mínimo, atualizado em 5,22%.
Na prática, o índice é ínfimo diante da carestia que bate recordes, com os preços de itens de primeira necessidade como alimentos, gás de cozinha e conta de luz nas alturas. Outro índice que subiu aceleradamente em 2020 foi o reajuste dos aluguéis que, ao longo dos últimos 12 meses, bateu a casa dos 25%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), até dezembro, a alta dos alimentos chegou a 15,94%. Nesse cenário, a população viu o preço de alimentos básicos disparar, como o arroz, que subiu 69,5%, das carnes, com alta de 13,9%, tomate, com aumento de 76,51%, e o óleo de soja, com alta de 94,1%.
Além dos alimentos, o gás de cozinha, que em várias regiões do país já chega a custar R$ 100, foi reajustado pelo governo 10 vezes em 2020.
Diante desse descalabro e total descontrole da economia do país, o reajuste anunciado, em plena pandemia, é mais uma demonstração do descaso do governo com a sobrevivência dos 49 milhões de trabalhadores que têm o salário mínimo como base de referência.
O novo valor do mínimo passa a valer a partir de 1º de janeiro, mas ainda precisa ser aprovado no Congresso Nacional.