
“Eu não acho que todo mundo é a mesma coisa. Eu não acho que o Bolsonaro seja a mesma coisa do que a centro-direita do Brasil”, argumentou o parlamentar gaúcho
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), um dos principais lideres do PT na Câmara, afirmou, em vídeo divulgado em sua rede social, que “em 2 de fevereiro, o candidato deve ser aquele que puder derrotar o Bolsonaro”.
O parlamentar gaúcho defendeu essa posição como parte do debate que ocorre dentro do partido sobre a posição do PT na eleição da mesa da Câmara. A bancada federal anunciou no final do ano a participação do partido na frente ampla contra Bolsonaro e fará uma nova reunião na segunda-feira (4) para fechar a posição.
“Eu não acho que todo mundo é a mesma coisa. Eu não acho que o Bolsonaro seja a mesma coisa do que a centro-direita do Brasil. Eu estou convencido de que, se o Bolsonaro puder, ele vai arrebentar a democracia totalmente”, acrescentou Pimenta.
“Eu custo a acreditar que ele vai aceitar o resultado eleitoral numa eleição onde ele seja derrotado”, disse o deputado, defendendo a posição de que o PT confirme sua participação na frente contra o candidato de Bolsonaro.
Ele alertou para o que está acontecendo nos EUA. “Olha o que Trump fez, gente. O discurso permanente de Bolsonaro, o tempo inteiro diz que ele fez muito mais voto do que o resultado. Essa baboseira de que se não voltar o voto impresso não pode ter eleição. Todo mundo sabe que não vai ter voto impresso”, argumentou Pimenta destacando a ameaça que Bolsonaro representa para o Brasil.
“O controle das instituições. Olha esse episódio da Abin. Quando que nós tivemos a notícia no Brasil da Abin trabalhando para criar uma estratégia de defesa para um grupo criminoso, ligado ao crime organizado. A Abin trabalha para os milicianos. A Abin opera para o Queiroz. A Abin operou para proteger o capitão Adriano. A Abin operando para os filhos do Bolsonaro. A ‘lady micheque’ é juiz de primeira instância”, insistiu Paulo Pimenta.
Ele questionou a posição adotada pelo partido em 2016. “Foi certo nós termos marcado posição e não termos construído uma aliança para derrotar o Eduardo Cunha na eleição para presidente da Câmara? Todo mundo sabia quem era Eduardo Cunha. Hoje todo mundo sabe quem é Arthur Lira. A maioria das pessoas nem sabe quem foi o candidato do PT. Sabe quantos votos nós tivemos? Ninguém sabe”, assinalou o parlamentar.
“Então, para mim, o que está em jogo é muito mais do que uma questão circunstancial. E essas garantias da pauta econômica, da pauta democrática, elas não podem ser relegadas como uma questão menor, respeito quem pensa diferente, mas eu tenho essa posição e a minha posição é muito clara sobre como nós devemos nos movimentar”, o parlamentar gaúcho.
“Então gente, obter três ou quatro dias de manchete para o PT depois daquela eleição. O que acumulou? Qual foi o resultado prático para a democracia brasileira? Avançou na pauta econômica? Garantimos mais direitos para os trabalhadores? Defendemos a soberania? Protegemos o governo da Dilma? Estou esperando respostas. Qual foi o resultado prático positivo por termos lançado candidato naquele eleição? Está feita a pergunta, companheiros e companheiras”, concluiu Paulo Pimenta.