As cenas de agressão e vandalismos com os milicianos de Trump debochando da eleição dentro do plenário do Senado provocou repúdio dos democratas brasileiros
Políticos e autoridades brasileiras se manifestaram nesta quarta-feira (6) sobre a invasão do Congresso americano por bandos fascistas incitados por Donald Trump que não aceitam o resultado da eleição da qual saiu vencedor o democrata Joe Biden.
As cenas de agressão e vandalismos com os milicianos de Trump debochando da eleição dentro do plenário do Senado provocou repúdio dos democratas brasileiros. Uma servidora do Congresso americano morreu baleada durante a invasão.
“No triste episódio nos EUA, apoiadores do fascismo mostraram sua verdadeira face: antidemocrática e truculenta. Pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apoiam a barbárie. Espero que a sociedade e as instituições americanas reajam com vigor a essa ameaça à democracia”, disse Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, condenou a tentativa golpista. “A invasão do Congresso norte-americano por extremistas representa um ato de desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições. Fica cada vez mais claro que o único caminho é a democracia, com diálogo e respeitando a Constituição”, disse ele.
Na mesma direção se pronunciou o deputado Baleia Rossi, deputado federal (MDB-SP) e candidato da frente ampla a presidente da Câmara dos Deputados. “São chocantes as cenas da invasão do Congresso nos Estados Unidos por quem não aceita o resultado da eleição. Democracia não se faz na violência. Se faz no debate de ideias, no respeito às diferenças, à vontade do povo e à Constituição.”
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) publicou, nas redes sociais, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), “é um mau exemplo para o mundo e coloca não só os EUA em risco, mas todos os países democráticos”. “Temos que nos manter vigilantes. [Jair] Bolsonaro é aprendiz e capacho de Trump”, alerta Ciro. “É hora do Congresso brasileiro colocar um freio em seus crimes e abrir o processo de impeachment”, concluiu.
“A bajulada como “maior democracia do mundo” sofre hoje sua maior ameaça. Espero que o exemplo sirva para o Brasil. Bolsonaro é um criminoso, está tomando lições com seu mentor. Não deveria nem concluir o mandato. Mas, caso o faça, devemos estar preparados para tudo em 2022”, denunciou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), um dos principais líderes do partido no Congresso Nacional.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado e do Congresso Nacional disse que “as imagens vistas de invasão ao Congresso Nacional americano, na tarde dessa quarta-feira (6), em uma tentativa clara de insurreição e de desprezo ao resultado das eleições por parte de um grupo, são inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade”.
“O Senado Federal brasileiro acompanha atentamente o desenrolar desses acontecimentos, enviando aos congressistas e ao povo americano nossa solidariedade e nosso apoio. Defendo, como sempre defendi, que a democracia deve ser respeitada e que a vontade da maioria deve prevalecer”, concluiu Alcolumbre. A deputada Gleissi Hoffmann, presidente do PT disse que “o fato desta quarta-feira (6) nos EUA serve de exemplo para que o Brasil afaste Jair Bolsonaro, que insiste em ter Trump como inspiração, e o retrocesso que ele representa”, acrescentou o presidente do Senado e do Congresso Nacional.