Um dos pré-candidatos do PSOL à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio Jr, conhecido como Plininho e filho do candidato do partido em 2010, criticou a interferência do ex-presidente Lula no lançamento da candidatura de Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), para também disputar o cargo pelo partido.
A ex-deputada federal Luciana Genro (RS), candidata do partido à presidência em 2014, manifestou preocupação com o perfil que a candidatura de Boulos assumirá e as posturas dele em relação ao ex-presidente. “A gente não pode ser linha auxiliar do PT e do Lula. Isso tem que ficar muito claro. Depois de dez anos sendo oposição de
esquerda ao PT, não podermos ter como candidato um avalista do Lula”, disse.
Boulos assinou a ficha de filiação na segunda-feira (5), durante ato na Fundação Lauro Campos, em São Paulo. Mas a forma como desembarcou rachou o partido. Lula chegou a gravar vídeo referendando sua pré-candidatura, o que serviu de munição aos descontentes com a chegada do líder do MTST.
Segundo Plininho, a interferência do petista é “esdrúxula”, visto que o Psol foi criado para ser uma crítica ao lulismo. Pelas redes sociais, ele afirmou que lutará até as últimas consequências para que o partido não se transforme em uma sublegenda do PT. “Não entregaremos o PSOL para quem pretende desvirtuá-lo”, disparou.
Ele afirmou que o lançamento de Boulos como candidato é golpe. Plínio Jr argumentou que o processo se deu sem debate e sem a aprovação dos militantes. “(…) o programa e o candidato do Psol não têm legitimidade para representar a vontade política do conjunto do partido. Escolha de programa e candidato sem consulta à base é golpe”.
A pré-candidatura de Boulos será oficializada em conferência eleitoral do PSOL no próximo sábado (10). Porém, outros pré-candidatos como o economista Nildo Ouriques e o pedagogo Hamilton Assis também devem insistir na realização de debates entre os postulantes e prévias.
“Um candidato lulista no PSOL é um completo desrespeito à história de nosso partido”, escreveu no facebook o ex-deputado federal Babá (PA). A legenda surgiu em 2005, após a debandada de petistas irritados com os primeiros anos do governo Lula.