No acumulado de janeiro a novembro de 2020 a queda registrada foi de 8,3%. Em doze meses, o tombo chegou a 7,4%
O setor de serviços caminha para fechar o ano no vermelho e ainda não conseguiu recuperar os níveis pré-pandemia, informam os dados da pesquisa mensal de novembro do setor divulgadas nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano, a queda registrada foi de 8,3%, enquanto em doze meses, o tombo chegou a 7,4%, resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica, em dezembro de 2012.
Ainda que na passagem de outubro para novembro tenha sido observado um resultado positivo de 2,6% – o sexto consecutivo – a reação não foi suficiente nem mesmo para compensar o profundo tombo registrado entre fevereiro e maio, de -19,6%, fazendo com que o nível de serviços prestados tenha se mantido 3,2% abaixo do patamar de fevereiro.
Segundo o IBGE, o volume também se encontra 14,1% abaixo do recorde histórico, registrado em novembro de 2014. Na comparação com novembro de 2019, houve queda de 4,8%, a nona taxa negativa seguida nesta base de comparação.
“Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros – seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário – até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia”, avaliou o gerente da pesquisa Rodrigo Lobo, que reitera que só será possível esperar recuperação após a imunização, atrasada no país.
No acumulado do ano, quatro das cinco atividades pesquisadas registraram resultado negativo. O pior desempenho veio justamente da atividade de maior peso, a de serviços prestados às famílias, que acumulam queda de 36,6% no ano – o pior de toda a série histórica. O desemprego que atingiu mais de 14 milhões de pessoas no ano passado, somado à queda na renda das famílias e corte no auxílio emergencial contribuíram para o resultado.
O segundo pior resultado ficou com os serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 11,8%.
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram o terceiro pior resultado acumulado no ano, com queda de 8,1%. Já os serviços de informação e comunicação acumularam queda de 2%.
Diante das perspectivas, o gerente da pesquisa enfatizou ser “extremamente improvável” que o setor encerre o ano bem.
Segundo Rodrigo Lobo, para que possa ter crescimento nulo, ou seja, de 0%, o volume de serviços prestados no país em dezembro teriam que registrar um avanço entre 81,8% e 82,8% na comparação com novembro.
“Qualquer que seja o contexto, é extremamente improvável que isso ocorra. Então, a gente terá na próxima divulgação, certamente, a queda mais intensa da série histórica para o setor de serviços, iniciada em 2012”, disse Lobo.