Governo federal sabia uma semana antes da falta de oxigênio em Manaus, diz empresa

Familiares de pacientes fazem fila na porta de empresa na busca desesperada por cilindros de oxigênio em Manaus. Foto: Reprodução - UOL

A empresa responsável pelo fornecimento de oxigênio para a saúde do Amazonas avisara os governos federal e estadual da impossibilidade de suprir a demanda há uma semana.

Em comunicado enviado à TV Cultura, a White Martins informa que pediu “solicitação formal de apoio logístico” ao Ministério da Saúde.

“O crescimento imprevisível e exponencial da demanda no início de 2021 também levou a empresa a comunicar formalmente de forma imediata e transparente às autoridades sobre a alta complexidade do fornecimento de oxigênio medicinal para Manaus, solicitando apoio diante de um cenário extremamente desafiador”, diz trecho do comunicado enviado à emissora.

A empresa informou ainda que foram realizadas reuniões periódicas com o Comitê de Crise do Governo do Estado do Amazonas e com o Governo Federal.

A empresa informa que desde o dia 23 de novembro, a Secretaria de Saúde do Amazonas sabia que a quantidade de oxigênio hospitalar disponível seria insuficiente para atender a alta de casos da Covid-19.

A White Martins afirmou, em nota, que o consumo diário de oxigênio mais do que dobrou desde o dia 30 de janeiro, saindo de 30 mil m³ para 60 mil m³ em 8 de janeiro e chegando a 76,5 mil m³ atualmente.

Agora, a situação é ainda pior do que no primeiro pico da pandemia, entre abril e maio, quando o consumo de oxigênio atingiu 30 mil m³.

Veja vídeo do UOL das filas para conseguir cilindros de oxigênio:

A produção local da empresa é de apenas 28,2 mil m³, segundo documento entregue ao Comitê de Resposta Rápida – Enfrentamento Covid-19.

Os governos estadual e federal negligenciaram a ajuda aos hospitais, que sofrem com a falta de oxigênio para os internados, seja para Covid ou outras doenças. Na sexta-feira (15), morreram 113 pessoas por conta do coronavírus no estado do Amazonas.

Enquanto a empresa já tinha avisado que faltaria oxigênio, o governo Bolsonaro estava pressionando o estado para que usasse cloroquina, que não tem efeito contra o coronavírus, para “tratamento precoce”.

Com o problema longe de ser resolvido, Bolsonaro disse que “nós fizemos a nossa parte” e largou o Estado à própria sorte.

No fim de dezembro, parlamentares e políticos bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Bia Kicis e Osmar Terra, entre outros, comemoraram que o Amazonas não imporia regras mais rígidas de isolamento social para evitar os contágios.

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