A TV Record, vista como “chapa branca” e governista, não conseguiu poupar Bolsonaro de críticas à atuação do presidente diante da vacinação no país em seu Jornal da Record.
O jornal apontou o desprezo de Bolsonaro com a boa notícia do domingo, comemorada em todo o país, da aprovação das vacinas CoronaVac e Oxford pela Anvisa.
O jornal lembrou que Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em outubro, e cancelou o anúncio de compra da CoronaVac.
Segundo a coluna do Mauricio Stycer, do UOL, a apresentadora Christina Lemos lembrou que Bolsonaro demorou um dia para falar sobre a decisão da Anvisa: “O presidente Bolsonaro se manifestou hoje, pela primeira vez, sobre a aprovação das vacinas pela Anvisa”.
E após o vídeo em que Bolsonaro diz que a vacina Coronavac “não é de nenhum governador, é do Brasil”, a repórter Renata Varandas sublinhou: “A declaração marca uma mudança de posição do presidente. Em outubro, ele chegou a suspender um acordo do Ministério da Saúde com o Instituto Butantan para comprar 46 milhões de doses da Coronavac”.
Ela ainda ironizou a declaração do vice-presidente Hamilton Mourão sobre o que sentiu ao ver a primeira pessoa ser vacinada no Brasil (“Eu não sinto nada disso aí”). “Mourão foi econômico nas palavras”, disse Varandas.
Em seguida o Jornal da Record apresentou dados desfavoráveis a Bolsonaro, justamente por sua ação criminosa em relação à vacina e ao enfrentamento à Covid-19, da pesquisa XP-Ipespe.
Segundo os dados, a avaliação do governo Bolsonaro em janeiro, na comparação com dezembro de 2020, mostra um aumento de “ruim/péssimo” de 35% para 40% e uma queda de 38% para 32% dos que acham “ótimo/bom”.
Finalmente, o jornal registrou que a “falta de um plano nacional de vacinação concreto fez com que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinasse que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apresente um plano com datas e doses atualizadas”.