Por todo o país, movimentos de mulheres realizaram manifestações, atos e solenidades, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de Março. Em dezenas de cidades, ativistas vieram a público com muitos lemas, entre eles a defesa da Previdência e oposição ao governo Temer. As mulheres ergueram as bandeiras do direito à creche, contra o trabalho da mulher gestante ou lactante em ambiente insalubre – como consta na reforma trabalhista do governo Temer, e o aumento da participação da mulher na política.
A Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) e a Federação das Mulheres do Rio Grande do Norte (FMRN) realizaram um ato nacional em comemoração ao 8 de março. Centenas de dirigentes da CMB e federações de mulheres de todo o país se reuniram na sede do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte, em Natal, para denunciar os crimes do governo Temer contra a população brasileira.
Segundo a CMB, o objetivo é lutar por um Brasil desenvolvido, sem miséria e sem corruptos. Elas destacam ainda a necessidade de ampliar a participação das mulheres na política, ampliando o número candidatas em 2018.
A luta contra a Reforma da Previdência também foi pautada pela entidade, que denunciou em suas faixas e cartazes: “Ruim para todos, pior para as mulheres”.
Para a presidente da CMB Glaucia Morelli, “esse Dia Internacional da Mulher é um 8 de março eleitoral, onde nós precisamos virar o jogo de ocuparmos no Brasil a 152º posição no ranking mundial de mulheres com cargos em parlamentos e espaço na política. Nós precisamos dar essa virada. E daremos exigindo emprego, creches, cadeia aos corruptos e o fim dessa política neoliberal impetrada contra nosso povo pelos governos do PT e PMDB nos últimos anos”, afirmou.
Durante o ato, o Ministério Público do Trabalho e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho se comprometeram a lutar junto com a CMB pra derrotar a tentativa do Senado e da Câmara de não colocar em votação a MP 808/2017 que retira da Reforma Trabalhista a possibilidade aprovada de trabalho da mulher gestante e lactante em local insalubre.
Foi prometido aos movimentos femininos de todo país a retirada deste item da Reforma através de uma Medida Provisória, que de fato foi encaminhada, entretanto o prazo para votação da mesma está se esgotando.
De acordo com a deputada Zenaide Maia (PR) única deputada federal do RN, “nós mulheres trabalhadoras precisamos de respeito reciproco no dia a dia, e nós sabemos como essa luta é difícil. O mundo reconhece que mais de 50% da população brasileira são de mulheres, nós somos tratadas na maioria das vezes com discriminação. Então estamos aqui, para defender o trabalhador e a trabalhadora brasileira que são quem leva esse país”.
A deputada estadual e presidente da Frente Parlamentar da Mulher na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Cristiane Dantas, destacou que é importante estar engajada nesses projetos e atos. “Para reforçar a necessidade de continuarmos a lutar pelos nossos direitos, para conquistarmos cada vez mais espaço e oportunidades que promovam a igualdade, o combate à violência e ao preconceito. A atuação como presidente da Frente Parlamentar da Mulher na Assembleia tem que ser cada vez mais ampliada”, disse.
Na terra de Alzira Soriano, primeira mulher a ser votada e eleita deputada estadual, foi realizado o ato que homenageou diversas pessoas em reconhecimento pela parceria e compromisso com a luta das mulheres por igualdade.
HOMENAGENS
Dentre os homenageados estavam a deputada Zenaide Maia; Dra. Virna, diretora do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho; Yeda Rosseti, Magnólia Figueiredo, ex-atleta olímpica brasileira; Rosanita Campos, fundadora da CMB e secretaria nacional da Mulher do Partido Pátria Livre (PPL), além de Warley Martins, presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e idosos (Cobap); Katrin Oliveira, policial federal há 20 anos, diretora do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal, integrante da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).
Construíram o ato promovido pela CMB, diversas Federações Estaduais de mulheres, entre elas a Federação de Mulheres Paulistas, Federação Fluminense de Mulheres, federações de Mulheres de Pernambuco, Ceará e Paraíba.
Neste 8 de março, todas as regiões do país contaram com atos, manifestações e protestos. Os protestos começaram pela manhã e prosseguiram o dia todo até à noite. Esse é o objetivo do Dia Internacional da Mulher: denunciar as injustiças, revelar os crimes cometidos contra as mulheres e divulgar a pauta da luta feminista em todo o mundo.
Em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Natal, Porto Velho, Teresina, Feira de Santana, Salvador, Recife, São Luís, Fortaleza, Aracajú e diversas cidades menores pelo país registraram atos pelo dia Internacional da Mulher. Com diversas pautas, todos se unificavam contra as reformas de Temer e seus ataques aos diretos femininos.
MOTORISTAS
O Sindicato dos Motoristas de São Paulo realizou uma grande plenária em homenagem às mulheres trabalhadoras. Este é o quinto ano que o sindicato realiza esta celebração. O presidente do sindicato, Valdevan Noventa, abriu os trabalhos da mesa. Também participaram da mesa Marlene Campos, presidente do PTB Mulher; Leci Brandão, deputada estadual e sambista da melhor qualidade; Karina Sampaio, Confederação das Mulheres Brasileiras; Rosina Conceição, União Brasileira de Mulheres; Cátia Laurindo, secretária nacional da Promoção da Igualdade Racial e Gênero da NCST e a organizadora do evento, a secretária das Mulheres, Edna Andrade.