Alta de 19,40% em 2020 foi puxada por alimentos, segundo IPP
A inflação de preços da indústria calculada pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) fechou 2020 com alta recorde de 19,40%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (29).
A alta foi a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2014. Para efeito de comparação, em 2019 o aumento anual tinha sido de 5,19%.
O cálculo do índice, chamado de inflação “de porta de fábrica” não inclui impostos e fretes e é um indicador de inflação que mede a variação nos preços recebidos pelos produtores nacionais de bens e serviços, da variação da perspectiva do vendedor. Ele abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).
O IPP é formado pelo índice da indústria de transformação (23 setores) e o da indústria extrativa. A taxa da primeira ficou em 18,18% em 2020, enquanto da extrativa foi de 45,35%.
Da alta verificada nos doze meses do ano, os alimentos por si responderam por 7 pontos percentuais, o que corresponde a 36% da variação do índice. O IBGE cita os problemas de abastecimento de arroz, escoados para a exportação, além do câmbio como explicação para o aumento dos preços do setor de alimentos, cujo avanço foi de 30,23% no ano.
“Na explicação dos resultados de 2020, não se pode perder de vista o problema de abastecimento de arroz, o câmbio (cuja depreciação do real frente ao dólar foi de 25,2%), além das particularidades no comportamento do mercado internacional para os derivados de soja e de cana-de-açúcar e as carnes de modo geral”, diz a nota do IBGE.