O Brasil registrou a maior média móvel de mortes por coronavírus, com 1.102 óbitos por dia de 8 a 14 de fevereiro. É o patamar mais alto da chamada média móvel desde que a 1ª vítima foi confirmada, em 17 de março de 2020.
O número de óbitos superou os números da semana de 19 a 25 de julho de 2020, considerado ápice da primeira onda da pandemia, quando a média móvel chegou a 1.097.
O país tinha 239.245 vítimas até este domingo (14). Foram 44.296 mortes apenas em 2021, o que representa 18,5% de todos os registros. O Brasil também é o 2º país com mais mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, onde pelo menos 497 mil pessoas foram vítimas da doença.
Janeiro deste ano foi o 2º mês com mais vítimas confirmadas desde o início da pandemia. No começo do ano, o primeiro estado a sofrer as consequências da pandemia foi o Amazonas. Diante do colapso do sistema de saúde, causado pela disseminação de uma nova variante do coronavírus, pacientes da capital Manaus (a única cidade no estado que possui leitos de UTI) morreram pela falta de oxigênio.
A escassez do insumo devido à demanda crescente, que já era de conhecimento do governo federal, causou um aumento no número de mortos do Amazonas de 41%
O momento é ainda mais crítico do que o vivido no último ano e pode ser ainda pior sem as medidas para conter a transmissão do vírus e a ausência de um plano nacional de vacinação rápido e eficiente.
“Essa média móvel de mortes só mostra para a gente que estamos em um momento muito mais crítico do que já estivemos nos últimos 12 meses. A situação é crítica e isso pode até piorar”, avaliou a infectologista do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto Anna Christina Tojal. A médica acredita que isso é um reflexo do descontrole que o país apresenta em relação à infecção do novo coronavírus.
Até o momento, apesar das promessas de novas contratações, o governo federal tem acordo firmado com o Instituto Butantan de São Paulo, com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e com a iniciativa internacional Covax Facility, organizada pela OMS. Somente a CoronaVac (Butantan) e a AstraZeneca (importada pela Fiocruz) estão sendo disponíveis para a imunização.
O Butantan já dispõe de 27,1 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 em solo brasileiro: 9,8 milhões entregues ao Ministério da Saúde e 17,3 milhões em fase de produção. Já no caso da AstraZeneca, são 4,8 milhões de doses, sendo que 2 milhões delas, importadas da índia, já foram entregues para o Ministério da Saúde.
Até este domingo, cerca de 5 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina, que já está em escassez no país. Nesta segunda-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou a interrupção da vacinação na cidade por falta de imunizantes.