“Ruim/péssimo” supera “bom/ótimo” em 17 pontos. Principais motivos para o aumento de 7 pontos na avaliação negativa foram a desastrosa condução na pandemia e o fim da ajuda emergencial
Em apenas 15 dias, a rejeição da população ao “trabalho” de Bolsonaro subiu 7 pontos percentuais, segundo pesquisa do Instituto PoderData, realizada de 15 a 17 de fevereiro de 2021 e divulgada nesta sexta-feira (18).
O “ruim e péssimo” em relação a Bolsonaro estava em 41% dos consultados há 15 dias, e, agora, atingiu o recorde de 48% dos entrevistados pela pesquisa.
O “ruim e péssimo” (48%) supera em 17 pontos o “bom e ótimo” (31%). Essa distância era de 8 pontos há 15 dias. Portanto, aumentou 9 pontos em duas semanas.
O grupo que o avalia o governo Bolsonaro como “regular” também caiu neste mesmo período: eles eram 22% dos entrevistados há 15 dias; agora, são 18%. A taxa dos que consideram o trabalho de Bolsonaro “ótimo/bom” caiu dentro da margem de erro da pesquisa: de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Caiu de 33% para 31%.
DESASTRE NA PANDEMIA
Dois fatores são apontados como principais motivos pela elevação da desaprovação do governo Bolsonaro. O primeiro é o desastre sanitário e econômico que atingiu o país por conta do comportamento irresponsável de Bolsonaro diante da pandemia. O resultado de seu negacionismo, que tratava a epidemia como “gripezinha”, é que já morreram mais de 240 mil pessoas e continuam a morrer mais de mil pessoas por dia, vítimas da Covid-19.
Bolsonaro atrapalhou desde o começo, de todas as formas possíveis, a luta contra o coronavírus. Deixou pessoas morrerem por falta de oxigênio em Manaus e agora sabota também a vacinação manipulando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para atrasar a aprovação de uso emergencial das vacinas.
Ele vive criticando todas as vacinas, inclusive espalhando mentiras sobre elas, e atrasando a sua aquisição pelo Ministério da Saúde. A pesquisa foi realizada no mesmo período em que diversas cidades do país anunciaram a suspensão da imunização por falta de doses.
FIM DA AJUDA EMERGENCIAL
O segundo fator que fez subir a rejeição ao trabalho de Bolsonaro foi o fim da ajuda emergencial. O Congresso Nacional havia aprovado no início da pandemia a ajuda de R$ 600 reais – o governo só queria R$ 200 – para que os trabalhadores informais pudessem sobreviver durante toda a pandemia.
A pandemia não acabou, ao contrário, ela está se agravando, mas Bolsonaro acabou com o auxílio, deixando milhões de pessoas passando fome.
REJEIÇÃO MAIOR EM TODAS AS FAIXAS DE RENDA
Não por acaso, a rejeição cresceu em todas as faixas de renda. Em todas as faixas de renda o número dos que rejeitam Bolsonaro é maior do que aqueles que apoiam seu trabalho. A rejeição ultrapassa os 50% em todas as faixas de renda acima de 2 salários mínimos. O desempenho do governo entre os mais pobres piorou frente à última pesquisa. Foram 2.500 entrevistas em 457 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
NO NORDESTE E SUDESTE É ONDE BOLSONARO É MAIS REPROVADO
MULHERES E JOVENS SÃO CAMPEÕES DE REJEIÇÃO A BOLSONARO