As vendas no varejo, importante indicador econômico para medir o consumo das famílias, continua sinalizando que a crise está longe de ser superada.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na terça-feira (13), o volume de vendas do que o instituto considera “varejo ampliado” (que inclui, além das mercadorias primárias e secundárias, as vendas de automóveis e material de construção) estacionou de dezembro para janeiro apresentando variação negativa de -0,1%. Em dezembro, o volume já havia recuado -0,4%.
Além disso, apesar da venda do comércio varejista restrito (excluindo automóveis e material de construção) ter variado +0,9% em janeiro em relação a dezembro, com ajuste sazonal (descontando o período natalino, por exemplo), o patamar atual de vendas do setor está 8,1% abaixo do nível de outubro de 2014. No mês do Natal, as vendas do varejo restrito também caíram (-0,5%).
De dezembro para janeiro, houve queda de 2,3% nas vendas de móveis e eletrodomésticos – apesar de sazonalmente este período ser favorável para a venda desses produtos por conta do pagamento do 13º salário. Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria também tiveram queda expressiva na passagem de um mês para o outro: -2,5%. As vendas de combustíveis e lubrificantes caíram -0,3% no período; e, de material de construção, -0,2%.
Já nos super e hipermercados, houve uma alta nas vendas de 2,5%, após cair no último mês do ano passado (-0,6%), sinalizando que o brasileiro está concentrando seus gastos – com a renda arrochada, tarifas nas alturas e o desemprego-, na alimentação.
Ao contrário do que querem fazer crer, o governo e certos “analistas”, de que a inflação está caindo, basta ver os recentes aumentos nos transportes, nos combustíveis e nas contas de luz, muito além do índice da inflação oficial (IPCA), anunciadas esta semana pela Aneel.