A Prefeitura de São Paulo anunciou que irá fechar 108 Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs). Segundo a gestão municipal essas unidades serão absorvidas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A diferença entre elas é que as AMAs são unidades de pronto atendimento para casos de baixa complexidade, enquanto as UBSs são centros médicos com consultas agendadas.
O anúncio vem gerando manifestações da população que teme a superlotação das UBSs e dos prontos socorros de hospitais. “A melhora do sistema de saúde precisa ser discutida. Mas a mudança não pode ser realizada da noite para o dia porque já se gerou uma demanda pelo serviço existente”, afirma Marília Louvison, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), especialista em regulação do Sistema Único de Saúde.
“Também não se pode esperar que profissionais habilitados para atender em AMAs sejam simplesmente aproveitados em unidades básicas”, explicou a professora da Faculdade de Saúde Pública da USP.
As Unidades Básicas de Saúde foram criadas, inicialmente, para realizar atendimentos emergenciais e também agendados. Com o aumento da demanda, as gestões optaram por transferir o pronto atendimento às AMAs.
Incorporar demandas instantâneas às Unidades Básicas de Saúde, sem que elas estejam preparadas para dar respostas emergenciais à população aprofunda a desassistência que é gritante na saúde pública paulistana.